sábado, 31 de março de 2012

Afinal, o que quer o Brasil?:: Fernando Rodrigues

Por dever de ofício, acabo indo a recepções para autoridades estrangeiras aqui em Brasília. Numa delas, bem recente, havia deputados suecos. Um deles pergun tou, secundado pelos demais: "Afinal, o que quer o Brasil?".

Não entendi. O sueco detalhou. Queria saber qual é "o objetivo do Brasil na arena global". Disse ter conhecimento do potencial do país e da atual fase de crescimento. "Mas não está claro para mim por que a Suécia deveria dar apoio ao Brasil no plano internacional".

E prosseguiu: "O Brasil quer fazer parte do Conselho de Segurança da ONU. Mas para quê? Vejo o Brasil como um país que parece querer ser amigo de todos internacionalmente. Quando você é amigo de todos, não consegue o respeito nem o apoio necessário".

Uma mulher, também deputada sueca, quis saber por que o Brasil insiste em não condenar países que não defendem os direitos humanos. Citou Cuba. Os suecos, como se sabe, não são o que se pode chamar de conservadores. A crítica não continha nenhum viés ideológico.

Os parlamentares suecos visitaram ministros em Brasília. Um deles relatou: "Perguntei a todos sobre os objetivos da política externa brasileira. O máximo que consegui ouvir foi que a política externa do Brasil visa a garantir o crescimento do país. É um objetivo doméstico. É difícil conseguir apoio de outros países só para benefício próprio".

Lembrei-me dessa conversa por causa da viagem de Dilma Rousseff à Índia. O foco da presidente no cenário internacional tem sido quase 100% sobre o crescimento do país. Não é ruim. Mas é pouco para ser protagonista mundial.

Para terminar, um dos suecos arrematou, sem dó: "O Brasil tem de escolher. Deseja ser apenas um país ou uma nação? Uma nação coloca uma alma na sua política externa. Não entendi ainda qual é a alma da política externa brasileira".

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

Um comentário:

Kel Ramos disse...

Tem algum link para confirmar essa "reportagem"? Achei ridícula, superficial e muito tendenciosa. A diplomacia SUECA (país extremamente neutro! rsrsrsrs) disse isso? É piada né? Em primeiro lugar, puramente por diplomacia e educação, um parlamentar visitando um país estrangeiro jamais se disporá a fazer comentários críticos a esse país, ainda mais a um jornalista que ele desconhece, numa evento social. - Em segundo lugar, não é crível uma crítica ao fato do Brasil não criticar Cuba oficialmente, uma vez que nem a própria Suécia o faz. Lembro que os EUA apoiam um monte de ditaduras e não vejo nenhum país criticar tal fato... Egito, Emirados Arabes, Sudão, Em terceiro lugar, algumas frases parecem terem sido ditas por um imbecil da oposição, ou por um jornalista do PIG, e não por um deputado sueco em visita ao Brasil. Veja isto e me diga se é verossímil: "O Brasil quer fazer parte do Conselho de Segurança da ONU. Mas para quê? Vejo o Brasil como um país que parece querer ser amigo de todos internacionalmente. Quando você é amigo de todos, não consegue o respeito nem o apoio necessário". - Em quarto lugar, o jornalista não cita um único nome, é sempre "o deputado", "o sueco", "uma mulher". Assim nenhum dos deputados da comitiva poderá ser questionado sobre a veracidade do que supostamente disse. É muita manipulação prum bloguezinho...