segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Dois tucanos desistem de prévias para apoiar Serra

Os secretários do governo paulista Andrea Matarazzo (Cultura) e Bruno Covas (Meio Ambiente) desistiram ontem de desputar as prévias do PSDB que definirão o candidato do partido à Prefeitura de São Paulo.

Os dois já declararam apoio a José Serra, que decidiu pela candidatura na semana passada. José Aníbal e Ricardo Tripoli seguem na disputa da vaga.

Dois desistem para apoiar Serra no PSDB e esvaziam prévias

Andrea Matarazzo e Bruno Covas abandonam disputa e defendem candidatura do ex-governador à prefeitura

Alckmin mobiliza aliados para adiar votação, mas outros dois pré-candidatos resistem à articulação

Catia Seabra, Daniela Lima e Mariana Carneiro

BRASÍLIA, SÃO PAULO - Dois pré-candidatos tucanos decidiram ontem abandonar a corrida à Prefeitura de São Paulo para apoiar o ex-governador José Serra, esvaziando as prévias convocadas pelo PSDB para definir seu candidato a prefeito.

O secretário estadual de Cultura, Andrea Matarazzo, anunciou ontem sua desistência e o apoio a Serra. O secretário do Meio Ambiente, Bruno Covas, anunciará hoje a retirada de seu nome.

Aliados de Geraldo Alckmin passaram o dia tentando convencer os dirigentes do partido a adiar as prévias, para dar a Serra mais tempo para entrar no processo. Em uma reunião ontem à noite, o governador fixou o dia 11 de março como o ideal para realizar a consulta, marcada antes para o dia 4.

O grupo de Alckmin diz ter reunido número de votos necessários para mudar a data. No entanto, a reunião da executiva municipal do partido que estava marcada para hoje foi adiada para amanhã.

O ex-governador, que no início do ano dizia não ter interesse na eleição municipal e mudou de ideia nas últimas semanas, deve formalizar hoje a decisão de concorrer à Prefeitura por meio de uma carta endereçada ao partido.

As prévias foram convocadas quando Serra se dizia fora do páreo. Como o prazo para inscrições acabou em fevereiro, o partido terá que encontrar agora uma maneira de incluir Serra no processo.

Alckmin conversou ontem com os outros dois pré-candidatos inscritos nas prévias, o secretário de Energia, José Aníbal, e o deputado federal Ricardo Tripoli, mas não conseguiu convencê-los a aceitar o adiamento da consulta. Ambos disseram que não se opõem à entrada tardia de Serra nas prévias, mas resistem ao adiamento.

"Já mandei carta para eleitor e assumi compromissos", disse Tripoli, ao justificar sua posição contrária ao adiamento. Para Aníbal, mudar a data da consulta agora só serviria para "tensionar" o partido. "Serra é conhecido por todo mundo", afirmou. "De que mais tempo ele precisa?"

"Um soldado"

Ao anunciar sua desistência em entrevista coletiva ontem à tarde, Matarazzo lembrou sua ligação antiga com Serra, de quem é amigo. Ele defendeu o adiamento da consulta. "Não vejo problema, não vai adiar mais do que dez dias", disse o secretário.

Covas comunicou sua decisão ontem para Serra e ofereceu uma saída jurídica para sua entrada na disputa, sugerindo que poderia pedir formalmente à executiva do partido a substituição do seu nome pelo do ex-governador.

Segundo Covas, o procedimento está previsto na legislação eleitoral brasileira e poderia ser adotado pelo PSDB no caso de Serra, na ausência de norma que trate do assunto no estatuto do partido.

Na conversa que teve ontem com o ex-governador, Covas apresentou-se como "um soldado" de sua candidatura. Ele deverá assumir um posto na coordenação da campanha se o PSDB confirmar a indicação de Serra.

Segundo o Datafolha, Serra é o tucano com melhores chances na corrida à Prefeitura. Ele tem 21% das intenções de voto na sondagem mais recente, de janeiro. Mas o ex-governador também enfrenta alto índice de rejeição. Um de cada três eleitores diz que jamais votaria nele.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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