sábado, 28 de janeiro de 2012

Carvalho questiona de novo o papel da mídia

Para secretário da Presidência, "ideologia" dos meios de comunicação influencia nova classe C

Tatiana Farah

PORTO ALEGRE. O governo deve evitar uma "vertente autoritária", mas quer questionar o poder, sobre a nova classe C, da "ideologia disseminada pelos meios de comunicação". A declaração foi feita pelo ministro- chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, em meio a um debate sobre os rumos da democracia, no Fórum Social Temático, ontem, em Porto Alegre. Ao lado do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), que criticou a imprensa, Carvalho disse que é preciso promover um debate amplo sobre a imprensa no Brasil.

— Toda essa gente que emerge ficará à mercê da ideologia disseminada pelos meios de comunicação? E aqui, com todo cuidado, porque um Estado também pode ter uma vertente autoritária... Como fomentar um processo de ampla comunicação de massa que possa ser o palco do processo democrático? — perguntou o ministro a uma plateia formada por intelectuais e dirigentes de movimentos sociais.

Logo depois da declaração do ministro, o governador Tarso Genro afirmou que há uma orquestração mundial da imprensa contra a classe política.

— Isso tem um interesse. É a despolitização e a despartidarização na democracia. Com isso se visa a esvaziar as instâncias da luta política para submeter o processo democrático ao controle de uma mídia absolutista, totalitária, que, em regra, em escala mundial, só divulga e sedimenta as forças normativas do capital financeiro que submete o Estado à sua própria agenda — disse o governador.

O ministro Gilberto Carvalho também afirmou que a esquerda não deve ter "ciúmes" das políticas públicas que atendem as camadas mais pobres, mas que deve travar uma batalha ideológica para conquistá-las: — É muito importante que nós façamos esse trabalho social pensando nesse novo Brasil.

Não tendo ciúmes daquelas políticas de governo que atinjam as nossas clientelas, que não batem mais nas nossas portas porque, muitas vezes, já caminharam por outros caminhos.

Para Carvalho, essa população saída da pobreza é dominada pelo conservadorismo: — Aí a necessidade importantíssima de uma disputa ideológica, de uma disputa de projeto frente a esse novo público, que nós sabemos que é um público homogeneizado por setores conservadores.

FONTE: O GLOBO

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