terça-feira, 1 de novembro de 2011

Oposição quer ouvir Agnelo sobre denúncias

Joelma Aparecida

Deputado tucano protocola requerimento em comissão da Câmara; governador do DF nega participação em desvios

BRASÍLIA. Assim como o ex-ministro do Esporte Orlando Silva, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT-DF), poderá ser convidado a prestar esclarecimentos na Câmara sobre as denúncias de desvios no Ministério do Esporte. O deputado Fernando Francischini (PSDB-SP) protocolou ontem requerimento na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara, solicitando o convite para que o governador preste esclarecimentos sobre as acusações.

A iniciativa do parlamentar tucano foi motivada pelas denúncias de desvios de recursos do Programa Segundo Tempo, por meio de ONGs, quando Agnelo era ministro do Esporte, entre 2003 e março de 2006. O requerimento deve ir à votação na próxima sessão da comissão, provavelmente semana que vem.

Nova denúncia diz que Agnelo recebeu R$150 mil

No último final de semana, a revista "Época" trouxe informações de que Agnelo teria se beneficiado das fraudes e apresentou indícios de que haveria provas contundentes contra o governador. Declarações do auxiliar administrativo Michael Alexandre, uma nova testemunha e que trabalhou nas ONGs comandadas por João Dias, acusam Agnelo de ser o verdadeiro chefe do esquema de desvios no Esporte. Na entrevista, Alexandre afirma ter sacado R$150 mil, que seriam entregues a Agnelo, na época ministro dessa pasta.

Questionada sobre o possível comparecimento do governador à comissão, a assessoria de imprensa do governo do Distrito Federal informou, por meio de nota, que Agnelo pretende esclarecer as acusações, mas não fez referência a sua possível ida ao Congresso Nacional para prestar esclarecimentos.

"Depois de ser alvo de um procedimento policial contaminado por forças políticas adversárias, que dominaram o poder no Distrito Federal e não se conformam com a mudança de gestão, o governador Agnelo Queiroz está disposto e determinado a esclarecer em campo limpo, em fóruns isentos, quaisquer dúvidas criadas de forma artificial sobre sua conduta pública", afirmou o governador, em nota de sua assessoria.

Agnelo nega qualquer tipo de participação nos desvios. As denúncias feitas pelo policial militar João Dias, à frente de ONGs envolvidas nos desvios, provocou a crise política que resultou na demissão do ministro Orlando Silva, sucessor de Agnelo no comando da pasta.

Orlando foi secretário-executivo durante gestão de Agnelo Queiroz no Ministério do Esporte. Eram parceiros do PCdoB. Agnelo deixou o partido e concorreu ao governo do DF. Com o escândalo envolvendo Orlando, ficou evidente um racha entre os dois. Em várias declarações, Orlando afirmou que recebeu João Dias atendendo a um pedido do então ministro Agnelo.

FONTE: O GLOBO

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