sábado, 1 de outubro de 2011

Correios vão ao TST contra a greve

Trabalhadores rejeitam desconto dos dias parados e audiência de conciliação no tribunal está marcada para terça-feira

Karla Mendes

BRASÍLIA - Os Correios recorreram ontem ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) para tentar pôr fim à greve dos trabalhadores da estatal, que já dura 16 dias. Conforme nota divulgada pela empresa, "depois de esgotar todas as tentativas diretas de acordo com a representação dos trabalhadores, não restou alternativa a não ser propor a conciliação no TST".

Segundo os Correios, no tribunal a empresa e os trabalhadores terão nova oportunidade de acordo, em audiência de conciliação, com a mediação judicial. A audiência foi marcada para terça-feira.

A direção dos Correios informou que desde o início do ano manteve as portas abertas aos trabalhadores. "A abertura da ECT ao diálogo foi mantida durante todo o período de negociação do acordo coletivo de trabalho", informou a empresa, por meio de nota.

Assembleias dos 35 sindicatos de funcionários dos Correios aprovaram a continuidade da greve, que já dura 16 dias. Os trabalhadores não aceitaram a contraproposta da empresa, apresentada na quinta-feira, de reajuste real de R$ 80 a partir de janeiro e pagamento imediato de um abono de R$ 500.

"O comando de greve considerou que a proposta ainda não contempla as reivindicações da categoria", disse o secretário geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), José Rivaldo da Silva.

Os grevistas pedem 7,16% de reajuste, aumento de R$ 200 para todos os trabalhadores e piso salarial de R$ 1.635. Um dos principais pontos de impasse é o desconto dos dias parados.

Loterias. O Sindicato dos Empresários Lotéricos do Estado de São Paulo (Sincoesp) solicitou ontem à Secretaria de Segurança Pública reforço no policiamento ao redor das casas lotéricas enquanto durar a greve dos bancários.

Os lotéricos esperam um aumento de cerca de 30% no fluxo de clientes a partir da próxima segunda-feira, por causa das contas que vencem no início do mês. Os empresários do setor temem o risco de assaltos às lojas e aos clientes, já que muitas agências bancárias estão fechadas e as lotéricas são uma das alternativas para quem precisa pagar suas contas.

"A lotérica fica em evidência por causa da greve", diz Luiz Carlos Brentigani, diretor financeiro do Sincoesp. 

"O movimento cresce no início do mês, por isso queremos mais policiamento."

Adesão. A paralisação dos bancários começou na terça-feira, dia 27, e conta com a adesão de 33 mil trabalhadores só na Grande São Paulo, segundo o sindicato. No Brasil, segundo os grevistas, 7.672 agências públicas e privadas fecharam as portas.

Os bancários rejeitam o aumento salarial de 8% proposto pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e pedem reajuste de 12,8%. Na tarde de ontem, grevistas dos bancos e dos Correios fizeram uma passeata conjunta no centro de São Paulo. Segundo informações da Polícia Militar, cerca de 400 pessoas participaram de manifestações em frente à agência central dos Correios, no Anhangabaú, e na Rua Líbero Badaró.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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