sábado, 4 de junho de 2011

Opinião – Merval Pereira

No Brasil atual, de amplo espectro partidário que abriga nada menos que 27 legendas com registro nacional, sendo que 22 delas com atuação no Congresso, não há partidos "de direita", muito menos de "extrema-direita", e nem partidos de "extrema-esquerda". Todo mundo quer ser "de esquerda" e, quando não dá, no máximo, "de centro".

Sem falar no 28º partido em gestação, o PSD, que não é "de centro, nem de direita, nem de esquerda", segundo a indefinição de seu criador, o prefeito paulistano, Gilberto Kassab.

Essa geleia geral de siglas - a maioria delas abrigada sob uma aliança governista, a mais ampla e diversificada já vista no país - esterilizou a prática política, retirando conteúdos programáticos ou ideológicos dos partidos, transformando-os em meros instrumentos a serviço do governo e de interesses pessoais.

Merval Pereira, escritor, jornalista, eleito membro da Academia Brasileira de Letras. Saco de Gatos. O Globo, 3/6/2011

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