quarta-feira, 25 de maio de 2011

PPS adere a Cabral e decide se apoia Paes no Rio

Paola de Moura

Rio -O governador Sérgio Cabral e o PMDB do Rio obtiveram ontem mais uma vitória na sua busca por ampliação da base aliada com objetivo de reeleger o prefeito Eduardo Paes e garantir a aprovação de seus projetos. O PPS, partido que foi oposição tanto nas eleições a governador quanto à Presidência da República, fechou acordo em nível estadual para fazer parte da base aliada na Assembleia Legislativa (Alerj).

O partido ainda decide esta semana se apoiará a reeleição de Eduardo Paes para prefeitura no ano que vem. Em troca, pode ganhar uma secretaria no governo Paes. O acordo prevê a criação de uma nova pasta, batizada de Secretaria da Acessibilidade, voltada para os deficientes físicos, que iria abrigar a ex-deputada estadual Georgette Vidor. A negociação é dada como certa, mas depende da aprovação do diretório municipal.

Com a adesão, o governador ganha mais três deputados estaduais à sua base que passa a contar agora com 53 parlamentares na Alerj. Quando Cabral venceu a eleição, esperava-se que ele enfrentasse mais dificuldades na Alerj. Isso porque, naquela época, a bancada de oposição tinha subido de 16 para 21 deputados, sendo que nove deles do PR, do ex-governador Anthony Garotinho, seu inimigo político.

No entanto, com o sucesso de suas Unidades de Polícia Pacificadora, as UPPs, que aumentaram a aprovação do governador pela população, a oposição tem sido praticamente anulada na Alerj. Apenas o PSDB e o PSOL se mantêm integralmente como oposição. Já há dissidências até no PR do ex-governador Anthony Garotinho. Oito parlamentares - na bancada a única exceção é a filha do ex-governador, Clarissa Garotinho - votaram no candidato à presidência da Alerj apoiado por Cabral, o deputado Paulo Mello, contrariando a orientação do ex-governador.

O encontro que selou o acordo entre Cabral e os políticos do PPS aconteceu na segunda-feira à noite. O deputado estadual Comte Bittencourt, líder da bancada do PPS, conta que, antes mesmo da eleição do ano passado, já havia um namoro do partido com a base aliada do governador. "Vínhamos discutindo isto há muito tempo. O deputado André Corrêa e a Georgette já defendiam o apoio naquela época. Mas seguimos a decisão majoritária de ficar na oposição", diz Bittencourt.

André Corrêa foi o primeiro a aderir a Cabral. No início do ano, pediu licença ao partido e se tornou líder da base aliada na Alerj. Numa oposição mais ferrenha, o caso poderia ter ido ao conselho de ética do partido. No entanto, a licença foi aceita sem maior chiadeira. "Isto já era um indicativo de que seguiríamos o rumo atual", conta o líder do PPS. "O governador tem acertos na política de segurança e de contas públicas que nós já defendíamos na época da candidatura de Denise Frossard", afirma. "Mas isso não vai impedir que a gente cobre os problemas da educação, por exemplo, que é a minha área".

Apesar da decisão, nem todos no partido concordam com o apoio. O vereador Paulo Pinheiro e o presidente do diretório municipal, Roberto Persinoto, querem candidatos próprios à prefeitura. "Não posso reclamar que o Paes deixa de investir R$ 500 milhões na Educação todo ano, que está sucateando a saúde, e tem um sistema de transporte ruim, e agora aderir ao governo. Vão ter que me internar", reclama Pinheiro.

FONTE: VALOR ECONÔMICO

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