terça-feira, 24 de maio de 2011

Opinião – Bolívar Lamounier

"Duramente criticado como “turrão” e “atrasado”, o presidente Itamar Franco às vezes tomava decisões surpreendentes, ou pelo menos raras aqui na Propinolândia.

Um exemplo eloqüente de seu “atraso” é a forma como ele procedeu em relação a Henrique Hargreaves, seu chefe da Casa Civil. Em setembro ou outubro de 1993 – não me lembro ao certo do mês – , Hargreaves começou a ser denunciado por corrupção. Itamar então passou-lhe a mão na cabeça e disse que ele só havia feito o que todo mundo faz, certo? Errado. Itamar afastou-o até o assunto ser investigado. Em fevereiro de 1994, nada tendo sido comprovado contra Hargreaves, Itamar recolocou-o no posto.

No governo Lula, depois de José Dirceu/Valdomiro, a imprensa publicou um Amazonas inteiro de revelações a respeito de outro ocupante daquela Casa mal-assombrada: Erenice Guerra. Quem não se lembra dela: “Erenice, eu bem que te disse…”

Talvez por ser mineiro e gostar do jeito de Itamar, um amigo do peito de Lula, o Frei Betto, chegou a declarar que Erenice deveria ter seguido o exemplo de Hargreaves, afastando-se do cargo.

Pedir isso de Palocci seria demais, não é? Seria uma indelicadeza sugerir algo nessa linha a um ministro com um currículo como o dele. E petista da gema, além do mais."

Bolívar Lamounier, sociólogo. Ainda o affair Palocci: a Dra. Dilma podia ao menos imitar o “atrasado” Itamar Franco. Blog do Bolívar, 23/5/2011

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