terça-feira, 17 de maio de 2011

Freire descarta fusão do PPS e adverte Aécio

Presidente nacional do PPS nega com veemência a possibilidade de a sua legenda se unir ao DEM e PSDB, como foi proposto pelo senador tucano Aécio Neves

O deputado federal por São Paulo e presidente nacional do PPS, Roberto Freire, descartou ontem, de forma veemente, a possibilidade de fusão de seu partido com o PSDB e o DEM, proposta que está sendo defendida pelo senador e ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB). Freire revelou que o PPS não foi ouvido – e que se tivesse sido ouvido, teria dito, não – e desautorizou Aécio a falar em nome dos pós-comunistas. “O fato de sermos oposição, não nos torna um só partido. Partido tem que ter identidade, ideologia, visão de mundo e proposta programática. Não é um ajuntamento. Não temos identidade com o DEM. Ele fala em nome do PPS sem nos ouvir. Se o PSDB e o DEM vão se fundir, é problema deles”, rejeitou o deputado.

Potencial candidato da oposição à Presidência da República em 2014, por ser o nome mais forte do PSDB desde a derrota de José Serra, em 2010, o senador Aécio Neves costura a fusão dos tucanos com os democratas, puxando para o mesmo arco de legendas o PPS. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, domingo (15), Aécio expôs a proposta, mas que seria viabilizada somente depois das eleições municipais de 2012.

Freire adiantou que a fusão está descartada, mesmo que só com o PSDB, igualmente por não haver identidade entre ambos. Assinalou que a aproximação com os tucanos e o próprio DEM foi para a eleição de Serra (contra Dilma Rousseff, PT) ano passado, estando encerrada. Destacou, ainda, que as alianças para o próximo ano estão em aberto. “A união com o PSDB foi para 2010. Acabou. A única relação umbilical que temos é com o PCB (o PPS é oriundo do Partidão). Nossa aproximação maior, hoje, é com o PV”, afirmou.

Reconhecendo que o PPS diminuiu de tamanho, mas observando que toda a oposição diminuiu, o ex-comunista admitiu que o partido pode voltar a trabalhar em conjunto com as demais legendas de oposição, desde que preservando-se a identidade de cada um. “A oposição pode ter um projeto eleitoral comum, trabalhar em conjunto em governo. Mas não ter fusão de partidos.”

Freire acrescentou, por outro lado, que nenhum partido de esquerda tem condições de criticar as posições do PPS. “Quem? O PCdoB, que apóia o governo (Gilberto) Kassab (Prefeitura de São Paulo)? Qual a moral do PT que tem (Paulo) Maluf, (José) Sarney, (Fernando) Collor e Kassab apoiando Dilma? Que esquerda é essa?”.

FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)

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