sábado, 23 de abril de 2011

Reflexão do dia – Eduard Bernstein

A meta não é, entretanto, um fato simplesmente determinado de antemão pela teoria cuja realização se espera que ocorra de modo mais ou menos fatalista, se não se trata predominantemente de meta desejada, ou seja, pela qual se luta. É claro que na medida em que se fixa esta imagem futura como meta, e na medida também em que a atuação presente depende da mencionada meta, o socialismo tem necessariamente algo de utopia. Ao dizê-lo não quero significar que aspira a algo impossível ou improvável, mas apenas indicar que leva em si uma certa porção de idealismo especulativo que contém um elemento não demonstrado cientificamente verificável. A ciência aqui em questão, a sociologia, não pode prever com a mesma segurança com que as ciências exatas podem prognosticar determinados fenômenos se inevitavelmente se tornará realidade um dia a forma de sociedade a que aspira o socialismo. A única coisa que pode estabelecer são condições que poderiam levar à sua realização e calcular aproximadamente seu grau de possibilidade.

BERNSTEIN, Eduard (1850-1932). Socialismo evolucionário, págs. 10-11. Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 1997


Um comentário:

Interaja! disse...

Utopias a parte, parece-me o socialismo uma forma defasada de ter uma sociedade. E muito embora o capitalismo também esteja em declínio, ainda conforta melhor a alma do homem contemporâneo, no entanto, ainda fico receoso em dizer que para a alma do homem atemporal.

Muito bom seu blog, continuarei visitando e seguindo.

Marcos,
interajalivre.blogspot.com