quarta-feira, 30 de março de 2011

Paralisação em Suape é considerada ilegal

Micheline Batista

TRT6 diz que volta ao trabalho deve ser imediata. Operários anunciam decisão em assembleia hoje, às 7h

Aparalisação dos 34 mil trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima e da PetroquímicaSuape pode terminar hoje. O fim da greve que, para alguns, já dura um mês, depende apenas da decisão de uma assembleia que acontece hoje às 7h no Complexo Industrial Portuário de Suape. Na ocasião, os operários serão informados da decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT6), que ontem declarou o movimento ilegal e determinou o retorno ao trabalho sob pena de multa diária de R$ 5 mil.

Apesar de ter considerado a greve abusiva, o Pleno do TRT6 votou pelo reajuste do adicional de horas extras do sábado de 70% para 100% e do auxílio-alimentação de R$ 80 para R$ 160, acompanhando o que já havia sido acordado nas negociações com o Ministério Público do Trabalho (MPT-PE). Por isso, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada (Sintepav-PE) considerou o movimento vitorioso e a expectativa é de que os trabalhadores retornem a seus postos logo após a assembleia.

´Nós e a comissão de trabalhadores que está acompanhando o processo entendemos que houve um grande avanço. O bom senso deverá prevalecer e os trabalhadores voltarão aos seus postos de trabalho`, declarou o presidente do Sintepav-PE, Aldo Amaral. Ele informou que o sindicato entrará em contato com as empresas para que os dias parados não sejam descontados, adiando a discussão sobre abono ou compensação para a data-base da categoria, 1º de agosto.

A declaração de ilegalidade ocorreu na apreciação de dois dissídios coletivos pelo TRT6, sendo um entre o Consórcio Rnest/Conest e o Sintepav-PE e outro entre o Sintepav-PE e o Sindicato Nacional da Indústria de Construção (Sinicon). A advogada do Sinicon, Margareth Rubem, disse que as empresas também vão se reunir hoje, após a assembleia dos trabalhadores, para avaliar a decisão da Justiça do Trabalho e os impactos do movimento nas obras.

A greve começou há cerca de um mês, após protestos dos 4.822 funcionários do consórcio Conest, formado pela Odebrecht e OAS. Com oinício da mediação pelo MPT-PE, a greve foi suspensa. A trégua acabou quando, no ultimo dia 18, os operários voltaram a cruzar os braços por não aceitar os acordos fechados entre os sindicatos da categoria e das empresas, o que acabou ´contaminando` trabalhadores de outras 26 empresas que participam da construção da refinaria e da petroquímica.

A Refinaria Abreu e Lima e a PetroquímicaSuape são dois grandes projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A refinaria, empreendida pela Petrobras, representa um investimento de cerca de R$ 23 bilhões. Já o complexo petroquímico, composto por três plantas industriais (PTA, PET e fios de poliéster), está orçado em R$ 4 bilhões e vem sendo tocado pela Petrobras Química (Petroquisa). A Petrobras já admite uma revisão nos custos dos projetos em função da greve, mas por enquanto descarta atraso nos cronogramas.

"O bom senso deverá prevalecer e os trabalhadores voltarão aos seus postos` Aldo Amaral, presidente do Sintepav-PE

FONTE DIÁRIO DE PERNAMBUCO

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