sábado, 22 de janeiro de 2011

Tarso aprova aposentadoria a ex-governadores

Petista diz, no entanto, que valores devem ser revistos

João Guedes

PORTO ALEGRE. O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), defendeu ontem o pagamento de aposentadorias a ex-governadores, mas prometeu enviar um projeto à Assembleia Legislativa gaúcha prevendo limites no Estado para a acumulação das pensões com outros vencimentos do setor público ou da iniciativa privada.

- Não compartilho da visão de que a pensão em si mesma seja um erro. O que pode estar errado são os valores, como estão errados os valores dos tetos que existem no serviço público, que são extremamente elevados em relação aos mínimos valores que recebe a base (dos servidores) - diz o petista.

Sem antecipar valores, Tarso explicou que a ideia é que a pensão funcione como um complemento aos demais rendimentos dos ex-inquilinos do Palácio Piratini até um teto fixado pela lei.

- Vamos estipular uma pensão para os governadores que necessitarem desses recursos para aposentadoria, descontados os valores que eventualmente ele receba de fundos de pensão privados ou aposentadoria pública - acrescentou o governador, em entrevista concedida depois de um encontro com o vice-presidente Michel Temer, em Porto Alegre.

As mudanças já valeriam para Tarso quando ele deixar o Palácio Piratini. Advogado, ex-prefeito de Porto Alegre e ex-ministro, o governador gaúcho, que tem 63 anos, ainda não solicitou aposentadoria, segundo a assessoria de imprensa do governo.

O governador argumentou que os vencimentos de cada ex-governador devem representar "valores pertinentes para a necessidade de sobrevivência em um estatuto de classe média, para que não fique dependente de favores depois que cumpra sua função".

- Aquele governador que sair e tiver um rendimento que lhe dê um estatuto capaz de manter uma vida de classe média, esse não precisa receber.

Hoje, os contribuintes gaúchos pagam pensões para sete ex-governadores e três viúvas. Os benefícios de R$24,1 mil custam R$240 mil mensais aos cofres do Rio Grande do Sul.

FONTE: O GLOBO

Nenhum comentário: