terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Os anéis já se foram...:: Eliane Cantanhêde

DEU NA FOLHA DE S. PAULO

Surpresa! O governo Dilma Rousseff nem bem começou, e o PMDB já dá trabalho e faz beicinho. Antes, o problema era espaço nas campanhas. Depois, a disputa acirrada pelos ministérios. Agora, a pancadaria pelos cargos de segundo escalão: Correios, Funasa...

Em fevereiro do ano passado, Michel Temer ameaçou não botar os pés no congresso do PT para o pré-lançamento da chapa com Dilma, em desagravo a Hélio Costa (MG), Geddel Vieira Lima (BA) e Jader Barbalho (PA), que estavam às turras com os petistas nos Estados.

Foi preciso muito telefonema, muita lábia e muito carinho para convencer Temer, que afinal acabou indo e cumprindo o seu papel no script da festa, feliz da vida.

Quase um ano depois, com os dois partidos vitoriosos, a cúpula do PMDB não só ameaçou como efetivamente não apareceu nas posses de Luiz Sérgio como ministro das Relações Institucionais e de Alexandre Padilha (antecessor dele) como ministro da Saúde.

Luiz Sérgio é o homem de Dilma para o varejo do Congresso, onde serão votados logo, logo, o novo salário mínimo, o aumento do Judiciário e a Comissão da Verdade, para julgar crimes da ditadura. E Padilha saiu das Relações Institucionais para "roubar" um cargo que era da cota do PMDB com Lula.

A gente já sabe, mas não custa repetir, que a turma dos ausentes de ontem não brinca em serviço: José Sarney, Renan Calheiros, Jader Barbalho, Romero Jucá, Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves. Cada um tentará dar uma boa desculpa, mas a falta coletiva diz tudo.

O PMDB foi importante para a montagem da campanha, a ramificação dos palanques, o tempo na TV e a própria vitória de Dilma, mesmo com o fator decisivo que foi Lula. Isso tudo tem preço. Principalmente se a guerra continua nas votações no Congresso.

Dilma já deu as alianças para Temer e os anéis dos ministérios para o PMDB.

Cuidado com os dedos!

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