quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Jungmann vê posição “arbitrária” do presidente da ALEPE

Deputado federal do PPS entra na polêmica sobre a escolha do líder das oposições na Assembleia Legislativa, atacando o presidente do Poder, que, segundo ele, age como se estivesse numa ditadura

Ed Ruas

O presidente estadual do PPS e deputado federal Raul Jungmann fez, ontem, duras críticas à postura do presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Guilherme Uchoa (PDT). As declarações foram motivadas, segundo Jungmann, pela posição “arbitrária” do pedetista de se opor à escolha do deputado estadual eleito Daniel Coelho (PV) como líder do bloco de oposição para a próxima legislatura. O pós-comunista defendeu o direito dos parlamentares do bloco sobre a indicação, que não poderia sofrer interferência, nem mesmo do presidente da Casa. “Este gesto de Uchoa é extraordinariamente autoritário. Não cabe jamais, dentro de um regime democrático, uma postura dessa. Isso só aconteceria em uma ditadura”, disparou o parlamentar.

Na visão de Jungmann, a intervenção de Uchoa tem o incentivo do governador Eduardo Campos (PSB), autor da costura do ingresso do PV na aliança governista. “Não cabe ao governo, ao Executivo, indicar quem é ou quem não é da base de oposição. Isso não existe. Há uma questão democrática em jogo”, avaliou. A declaração faz referência à nota divulgada por Uchoa, onde afirma que irá aguardar uma lista enviada pelo Palácio dos partidos integrantes da aliança, além de evocar o regimento da Casa para questionar a escolha de Daniel para o cargo.

De acordo com Jungmann, apenas o partido de Daniel Coelho poderia ter alguma interferência na escolha. Mas alertou que seria lamentável tal conduta. “Apenas o próprio PV pode negar a liderança. Isso se fechar questão e cassar o mandato de Daniel. Espero que não o faça”.

Ao discorrer sobre a polêmica, Jungmann admitiu a parcela de culpa da oposição. Segundo ele, a situação mostra a “debilidade” do bloco que já vem de “uma grande derrota eleitoral”. Ele propôs a busca de uma “solução negociada” para o impasse, que crê ser “fruto das feridas que permanecem abertas”. A afirmação tem base nas rusgas entre DEM e PSDB, iniciadas em 2006, após a escolha de Mendonça Filho (DEM) como candidato ao governo de Pernambuco, em vez de Sérgio Guerra (PSDB).

Uchoa foi procurado pelo JC, mas não deu retorno.

FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)

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