quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Aécio retoma agenda com discurso conciliador no PSDB

DEU NO VALOR ECONÔMICO

César Felício De Belo Horizonte

O senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG) retomou ontem a sua agenda pública pedindo a revisão do programa do partido, mas se esquivando de comentar a disputa pelo comando da sigla, verbalizada nos últimos dias por aliados seus e pelos do ex-governador José Serra, candidato derrotado à Presidência nas eleições de 2002 e 2010. "Não existe essa disputa entre Estados. Isso é uma grande bobagem na cabeça de uma ou outra figura de menor expressão", afirmou Aécio.

O tucano ficou fora de cena por três semanas, passadas em sua maior parte no exterior. Aécio retomou o seu escritório político na Avenida Afonso Pena, na região central de Belo Horizonte, mas não é certo que permaneça neste endereço depois de assumir o mandato, no próximo ano. O senador eleito havia mencionado logo após as eleições que pretendia visitar governadores e outros senadores para preparar um pacote de propostas que apresentaria logo ao assumir sua cadeira no Senado, mas seus primeiros compromissos deverão ter caráter eminentemente regional: Aécio estuda, por exemplo, comparecer amanhã à inauguração de uma associação de municípios em Montes Claros, no norte do Estado.

Ontem, Aécio estava na inauguração do "Memorial Minas Gerais", um museu a ser mantido pela Vale, instalado em um prédio histórico na Praça da Liberdade. Aécio foi recebido pelo presidente da Vale, Roger Agnelli e fez um discurso em que se declarou "nostálgico" dos sete anos e três meses em que foi governador do Estado.

O tucano se esforçou em não se colocar em rota de colisão com Serra, sem se comprometer com eventuais projetos do paulista.

"Tivemos um candidato que fez o esforço possível para vencer as eleições. Agora é hora de atualizarmos o nosso programa. Nós somos um conjunto e só a unidade desse conjunto vai nos levar a uma vitória futura. É hora de planejarmos o nosso futuros governos estaduais. Minas vai continuar sendo, como foi nos últimos oito anos, uma grande referência", disse, para garantir em seguida não ter ocorrido nenhuma conversa sobre a direção da sigla, que renova sua presidência no primeiro semestre do próximo ano. Aliados de Serra tem se movimentado para que o candidato derrotado assuma a função, contra a vontade de aliados de Aécio.

"Essas coisas caminharão com absoluta naturalidade. O PSDB tem quadros extraordinários. José Serra é um desses quadros Enganam-se aqueles que duvidam de nossa unidade. Estaremos juntos porque acima de quaisquer interesses pessoais que um ou outro possa ter, prevalecerá sempre o interesse do país e o interesse do país passa pela unidade do PSDB", afirmou.

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