terça-feira, 16 de novembro de 2010

Determinantes regionais acentuam divisão sobre futuro da legenda

DEU NO VALOR ECONÔMICO

As consultas feitas aos diretórios estaduais do DEM na semana passada ainda não foram definitivas para assegurar a incorporação do partido pelo PMDB. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab e seu grupo político são os que mais têm pressa. Kassab tem interesse em disputar o governo do Estado de São Paulo em 2014 e teria dificuldade de emplacar a candidatura em dobradinha com o PSDB.

Kassab tem interesse na disputa estadual de 2014, quando o governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), deverá ser candidato à reeleição. Os dois já se enfrentaram em 2008, quando Kassab derrotou Alckmin na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Com a derrota do ex-governador José Serra na eleição presidencial, Kassab perdeu seu principal aliado no PSDB.

O maior foco de resistência à fusão é o presidente do DEM, deputado federal Rodrigo Maia (RJ). No Rio, são reduzidas as chances de integração de Maia à base do governador Sérgio Cabral. Há também dificuldades de aceitação da fusão no DEM da Bahia ao PMDB do ex-ministro Geddel Vieira Lima.

Liderança política do DEM em Santa Catarina e ex-presidente da legenda, Jorge Bornhausen descarta, por ora, a fusão. Ligado a Kassab, Bornhausen diz que a melhor solução é "revitalizar o partido". "A hipótese foi afastada", afirmou. O DEM já havia conversado sobre a possibilidade de fusão até com o PP, partido da base aliada do governo.

Segundo Bornhausen, o processo de revitalização do DEM passaria por convenções dos diretórios municipais para identificar novos quadros que possam ser candidatos a prefeito e a vereador em todo o Brasil. "Onde houver geradora de TV, deve haver candidato".

Kassab e seu grupo - seis deputados federais e oito deputados estaduais - podem migrar para o PMDB. Os parlamentares, contudo, correm risco de perder seus mandatos para do DEM com base na em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2007. O STF determinou que os mandatos pertencem aos partidos e não aos políticos eleitos. Outra razão para decidir logo pela fusão, antes da posse dos deputados federais, em 1º de fevereiro, é o interesse do PMDB em voltar a ter a maior bancada e garantir a presidência da Casa. Na avaliação do tesoureiro do DEM, Saulo Queiroz, qualquer que seja o processo de incorporação, trata-se de algo demorado. "Não se faz do dia para a noite", disse.

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