terça-feira, 26 de outubro de 2010

Lula promete, a partir de 2011, mais casas do que fez até hoje

DEU EM O GLOBO

O presidente Lula entregou no Rio 328 apartamentos do Minha Casa, Minha Vida e anunciou a construção de dois milhões de moradias a partir de 2011. Em vigor há um ano e meio, o programa teve desempenho abaixo do esperado. De um milhão de unidades prometidas, só entregou 181,4 mil. A CEF afirma que financiou 3,7 milhões de unidades em oito anos - mas isto porque contabiliza até reformas.

Lula faz promessas para além de 2010
Em eventos no Rio, presidente repete Dilma e diz que programa entregará 2 milhões de casas a partir de 2011

Cássio Bruno e Rafael Galdo

A menos de uma semana para o segundo turno das eleições, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou ontem, em Manguinhos, na Zona Norte do Rio, 328 apartamentos do programa “Minha Casa, Minha Vida”, e anunciou a construção de mais 2 milhões de moradias a partir de 2011, promessa feita pela candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, ao longo da campanha.
O evento ganhou tom eleitoral e, no fim, trabalhadores de uma obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em frente aos novos imóveis, agitaram uma bandeira com o nome, a foto e o número de Dilma, além de gritarem o nome da candidata petista.

— A partir do ano que vem, nós já temos 2 milhões de casas para construir do Minha Casa, Minha Vida — disse Lula num curto discurso.

Lula listou os investimentos no Rio e afirmou que a união entre os governos federal e estadual foi feita sem problemas.

— Foi possível a gente construir grandes projetos para o Rio de Janeiro sem que houvesse nenhum melindre ou nenhuma frescura entre nós. Um governante não tem que brigar com o outro. A briga é pelas eleições — declarou ele.

Sem citar nome, Cabral e Paes pedem voto a Dilma

Receberam os apartamentos famílias com renda de até três salários mínimos. Em seu discurso, sem citar Dilma, o governador afirmou que “só tem mulher craque” ao lado de Lula.

— Eu nunca vi um homem escolher tão bem as suas companheiras de trabalho como Luiz Inácio Lula da Silva. Só tem mulher craque ao lado dele — lembrou o governador.

O prefeito Eduardo Paes (PMDB), também sem citar Dilma, ressaltou que “é a vez das mulheres tomarem o poder”: — Quem manda no governo (do estado) é a Adriana (Ancelmo, mulher de Cabral) — brincou.

O presidente da associação de moradores da localidade, conhecida como Embratel, Leonardo Silva, pregou a continuidade, em seu discurso, sem citar Dilma.

— Pensem bem antes de fazerem qualquer coisa. Olhem como é agora e olhem como foi. Essa parceria tem que con-tinuar, não pode acabar. Vocês sabem do que estou falando, né? — indagou.

Coube ao vice-governador Luiz Fernando Pezão anunciar a doação de linhas telefônicas para os moradores dos apartamentos, e seis meses de conta grátis. Cabral também disse que os beneficiados receberão assinaturas de TV a cabo por três meses sem pagar.

A dona de casa Elisa dos Santos, de 47 anos, que vestia uma camisa do partido, confirmou trabalhar na campanha de Dilma ganhando R$ 25 por dia para fazer propaganda. Na plateia, o público chegou a gritar o nome de Dilma. E, em coro, cantava “O Rio pra frente é Dilma presidente”.

No fim, operários balançavam uma bandeira de Dilma, no canteiro de obra que deve elevar uma via férrea em Manguinhos.

No estacionamento, carros também tinham adesivos com o nome da candidata.

Mais tarde, ao lançar um navio em um estaleiro na Ilha do Governador, Lula foi irônico ao ser perguntado se as inaugurações não eram campanha.

— Se por conta de cada eleição tivéssemos que parar o país, seis meses para as eleições para prefeito, seis meses para as presidenciais, de um mandato de quatro anos, um ano estaria perdido. Nosso adversário foi governo até outro dia. Então, tem coisa para fazer.

O vice dele deve estar inaugurando. Não deve ter muita coisa. Mas tem.

No Alemão, elogios à segurança de Cabral

Em visita ao Complexo do Alemão, uma das principais áreas dominadas pelo tráfico de drogas na cidade do Rio, Lula elogiou a política de segurança do governo fluminense.

Ao participar da entrega de outros 583 apartamentos em dois conjuntos habitacionais, Lula ressaltou a importância de combater o tráfico de drogas.


Colaborou Fabio Brisolla

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