domingo, 10 de outubro de 2010

Escravos de Jó:: Dora Kramer

DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicações da Presidência, Franklin Martins, foi à Europa conhecer o que há por lá sobre controle de veículos de comunicação. De Londres, avisa que nos próximos três meses, até o fim do ano, o governo vai concluir uma proposta para regulamentação dos meios eletrônicos.

Isso quer dizer que deixa tudo pronto para Dilma Rousseff, se eleita, tocar o assunto, dado que a candidata se apresenta ao eleitorado como uma continuação sem modificações do governo Luiz Inácio da Silva.

O ministro Franklin Martins avisa mais, que na concepção dos atuais - e, por suposto, daquela que se candidata à continuidade - ocupantes do Palácio do Planalto, não há que se impor qualquer restrição à imprensa no Brasil, pois está bem assim, livre. "O que não significa que seja boa", acrescenta.

De onde se depreende que Franklin considera que, mediante uma regulamentação bem feita, poderá até chegar a ser. Faltou apenas uma definição do que o ministro entende por "imprensa boa".

E aí é que mora o xis da questão. Se não foi apenas um jogo de palavras para sair pela tangente, a declaração dá margem à interpretação de que o qualificativo está diretamente ligado à defesa da necessidade de regulação.

Portanto, é de se acreditar que junto com a proposta de renovação das normas para o sistema de radiodifusão, internet e celulares sejam apresentadas sugestões para "melhorar" a imprensa adequando-a aos padrões tidos como aceitáveis pelos proponentes.

Mera suposição? Não, conclusão lógica com base em dois fatos: a conferência sobre comunicações realizada no ano passado sob patrocínio governamental que propôs o controle dos meios de comunicação por parte do Estado; o programa de governo apresentado pelo PT à Justiça Eleitoral encampando as propostas da conferência.

O item sobre o controle da mídia não foi retirado da versão modificada do programa e registrada no TSE.

Depois o PT divulgou que mais uma vez reformularia o programa para incluir propostas dos partidos aliados; recuou e, com a realização do segundo turno, voltou a anunciar para os próximos dias a divulgação de uma nova versão: os 13 compromissos de Dilma.

Como a candidata já se pronunciou contra o controle e o principal parceiro, o PMDB, também, é de se imaginar que a questão não esteja entre os 13 pontos.

Então não há compromisso com a proposta que o governo Lula apresentará ao fim do mandato? Ou há, mas não convém incluir no programa de governo por uma questão eleitoral?

Esse tira, põe, deixa ficar, ao molde da cantiga infantil, não soa salutar e pode acabar minando a credibilidade do programa de governo de Dilma Rousseff.

Por ausência de firmeza, clareza e, sobretudo, de comprometimento a respeito do que pensa mesmo a candidata. Seja sobre descriminalização do aborto ou controle estatal do conteúdo do que divulgam os meios de comunicação.

Na prática. O levantamento é do jornal Folha de S. Paulo: dos 208 candidatos vetados pela aplicação da Lei da Ficha Limpa no Tribunal Superior Eleitoral, mas ainda "pendurados" na indecisão do Supremo Tribunal Federal, 157 (75%) não conseguiram se eleger.

Em favor do eleitorado note-se ainda que a lei foi aprovada há pouco tempo e sua aplicação está em suspenso. Além disso, falta traquejo às pessoas que não estavam acostumadas a examinar vidas pregressas. Mesmo assim foi alto o índice do veto na urna.

Magoou. Geddel Vieira Lima no Twitter: "Hoje (sexta-feira) recebemos Michel Temer em Salvador para ratificar nossa posição de apoio ao seu nome."

Considerando que o PMDB não precisa "ratificar" apoio ao presidente do partido, o PMDB da Bahia - deixado ao sol e à chuva na eleição estadual pelo governo federal e, consequentemente pela campanha presidencial do PT - arrumou um jeito indisciplinado de manifestar disciplina: vai só de vice.

Um comentário:

Anônimo disse...

O PSDB foi criado em 1988 por um grupo de dissedentes do PMDB liderado por políticos de S.Paulo e M.Gerais, insatisfeitos com o Pres. José Sarney, com a idéia de mais uma vez na História Brasileira, criarem uma NOVA REPÚBLICA.Eleito o capitão-mór,FHC resolveu mudar as regras do jogo e votaram por mais quatro anos de mandato para o Presidente da República apesar de a tese dos cinco anos ter prevalecido, aprovada pela bancada do PMDB e de políticos conservadores do "Centrão". Entre os fundadores do PSDB estavam Montoro,José Serra, Mário Covas, Carlos Antonio Brandão, Humberto C.Brandão, e FHC, escudados por Sérgio Motta, e Geraldo Alckmin. Fora de São Paulo o novo partido politicos de Minas Gerais, dentre muitos deles Pimenta da Veiga, Eduardo Azeredo, José Richa, Artur da Távola, Aécio Neves, que em 2010, não sendo indicado pelo partido para candidatar-se a Pres.da República, viajou de férias para o exterior, e só retornou quando soube que Serra iria procurá-lo em Minas, para o cargo de Vice-Pres.Não aceitou e lançou-se candidato a Senador, deixando Serra à deriva, quando indicaram o ilustre desconhecido Indio.
A Band acompanha as eleições 2010, e vemos a demotucana- maior cabo eleitoral de Serra-Dora Kramer, reconhecida pelos brasileiros, não por análise politica, mas sim, por ter ajudado Pedro Collor.Para elas a imprensa é uma instituição acima da sociedade, que tudo pode, inclusive tomar posição política podendo ou não se revelar, e falar o que quiser e bem entender,sem que nada lhe aconteça. Por isso,criticou e celebrou o fim da Lei de Imprensa, decretado pelo Supremo Tribunal Federal no ano passado. O Brasil é o único país dos inscritos na ONU a não contar com uma Lei de Imprensa. Por isso, agora, mais do que antes, o cavalo desembestado da mídia pensa poder fazer o que quiser.
A vitória de Dilma não é só por conta de Lula. A maioria do povo brasileiro votante, 55 milhões de pessoas são seres inteligentes e não dependem da midia nem dos jornalistas ou analistas para decidirem e têm o sagrado direito de escolher quem eles querem que seja seu Presidente para os próximos 4 anos.
Isto não adianta discutir. É o efeito da Democracia, que não aceita o Neoliberalismo.
Aprendam que em São Paulo, não estão todos os seres inteligentes e livres do Brasil.