sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Serra cobra saída de Cartaxo

DEU NO JORNAL DO COMMERCIO (PE)

Com uma postura ofensiva contra Lula e Dilma, candidato tucano à Presidência criticou trabalho de superintendente da Receita e pediu a sua demissão

SÃO PAULO - Mantendo o tom beligerante contra o governo federal e integrantes do PT, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, pediu ontem a demissão do superintendente da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, acusando-o de trabalhar em conjunto com os adversários petistas para protelar a investigação sobre a quebra de sigilo fiscal de tucanos, inclusive de sua filha, Verônica Serra, e seu genro Alexandre Bourgeois. Mesmo com a estratégia do partido em deixar as críticas na esfera institucional, o tucano assumiu mais uma vez o papel de porta-voz das críticas ao partido de Dilma Rousseff, reforçando mentiras levadas adiante na crise já apelidada de Receitagate.

Tem que demitir o superintendente da Receita para que as investigações sejam agilizadas. Primeiro a Receita diz que havia uma procuração, e a procuração é falsa. Depois, a pessoa que apresentou a procuração não era do PT, e é. Eles estão protelando, estão enrolando, disse Serra, em São José do Rio Preto, onde fez campanha ao lado do candidato ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Depois, saiu em defesa de sua filha e do genro. O tucano disse ainda não ter informações exatas sobre o conteúdo devassado nos documentos de Imposto de Renda de seus familiares, mas disparou: Daqui a pouco pode aparecer até meu sigilo violado. Em seguida, acrescentou: Quebraram o sigilo de um casal que não tem nada a ver com política e com governo e que trabalha duro para criar três crianças, afirmou Serra, indignado.

O candidato tucano voltou a dizer que houve um malfeito na quebra dos sigilos fiscais e as autoridades, ao invés de darem explicações sobre o caso, ficam debochando das vítimas. Se a gente não for amigo do dono do poder, então a gente está sujeito a arbitrariedades, protestou o candidato tucano.

Para Serra, o presidente Lula não vem se comportando como o presidente da República, mas como presidente de um partido. O tucano voltou a atacar a forma como a candidata Dilma Rousseff (PT) vem fazendo campanha. Ela tem dificuldades para explicar o que pensa. Fala uma coisa, depois fala outra. Ou então delega aos outros, disse ele, para quem a petista tranca seu passado num cofre.

Em ninho tucano, surgiu ontem a preocupação quanto a eventuais novas investidas dos adversários, agora na área bancária. Aliados já estão se mobilizando para verificar denuncias que teriam sido feitas em blogs ligados ao presidente Lula e à candidatura do PT, que indicariam possíveis quebras de sigilo bancário de tucanos, podendo alcançar até mesmo José Serra.

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