quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Dilma e Serra trocam acusações ao comentar resultados da pesquisa

DEU EM O GLOBO

Petista culpa SP por recuo no saneamento. Tucano aponta impacto da crise

Maria Lima e Silvia Amorim

BRASÍLIA e SÃO PAULO. Os candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto para presidente trocaram farpas ontem após a divulgação dos números do IBGE. A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou que São Paulo governado pelo seu adversário, o tucano José Serra, entre janeiro de 2007 e março deste ano é um dos principais culpados pelo quadro de quase estagnação dos indicadores de saneamento no país, levantados pela última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad2009). Serra, por sua vez, disse ontem que os dados da Pnad mostram que o reflexo da crise financeira mundial no Brasil não foi tão pequeno como chegou a apregoar o presidente Lula.

O que aconteceu foi que o Brasil não surfou por cima da crise como se acredita. Quem surfou foi a China, a Índia. A propaganda oficial diz que o Brasil surfou, mas a produção no ano passado encolheu. Isso tem um reflexo natural sobre o volume total de emprego disse Serra. Outra coisa são os empregos de carteira assinada.

Mas isso é metade dos empregos no Brasil. Então, muitos empregos preexistentes viraram de carteira assinada, não foi criação de emprego.

Após culpar estados e municípios de forma geral e o longo prazo da burocracia o tempo de maturação de um projeto de saneamento chegaria a 65 meses , Dilma respondeu de bate-pronto à pergunta sobre que estados atrapalhavam o andamento das obras: São Paulo. Eles atrasam muito. E quando íamos cobrálos, diziam que os prazos deles são diferentes dos nossos afirmou Dilma. Dependendo da obra, esse prazo da contratação e execução (do projeto) da obra chega a um ano. É questão de apertar. Todos são culpados, mas depende do gestor (estados e municípios).

Na média nacional, a parcela de domicílios com saneamento adequado (acesso direto à rede coletora ou via fossa séptica) caiu de 59,3% para 59,1% no ano passado. No estado de São Paulo, a proporção de domicílios com acesso ao saneamento adequado recuou de 91,2% para 90,8% em 2009, segundo a Pnad.

A presidenciável petista falou à imprensa durante coletiva antes de embarcar para Minas Gerais, onde teria evento de campanha ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Gerente suprema do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) por três anos a ponto de ter sido chamada por Lula de mãe do PAC , Dilma chegou com diversas anotações sobre a Pnad.

O investimento em saneamento é o carro-chefe da área social do PAC, ao lado da habitação.

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