sábado, 17 de julho de 2010

Serra: “Reforma com voto distrital”

DEU NO JORNAL DO COMMERCIO (PE)

Paulo Sérgio Scarpa

O presidenciável José Serra comprometeu-se, ontem, a aprovar, caso eleito, uma reforma política para ser colocada em prática nas eleições municipais de 2012, com o voto distrital puro. Para as eleições de 2014, para presidente, governador, senadores e deputados, disse que o voto poderá ser distrital misto. “Quero que as próximas eleições municipais sejam através do voto distrital para eleger vereadores. No Recife, onde existem 37 vereadores, a cidade seria dividida em 37 regiões e cada região elegerá um vereador”, explicou.

Ele lembrou que já existem projetos sobre o assunto no Congresso. “A gente pesca, pede urgência e toca para a discussão e votação. É a primeira vez que falo isso (na campanha)”, frisou, duas vezes. Ele lembrou que nem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, nem o presidente Lula fizeram a reforma política. “Ambos disseram que era importante mas, na hora H, tiveram outros projetos, e aí, a tendência natural é você pensar: ‘será que vou arranjar uma encrenca por causa de uma reforma?’ A eleição é daqui a quatro anos, será que vou perder votações porque tais políticos não vão concordar?”, disse. Mas, se eleito, garantiu que não faria a mesma coisa. “Como já tenho as experiências do que aconteceu com eles (FHC e Lula), que acabaram não fazendo a reforma, vou manter na agenda para ser o primeiro agrupamento de projetos a ser discutido no Congresso, o da reforma política”.

Após dizer em entrevista na Rádio Jornal que o FHC e Lula são “muito mais parecidos do que parece”, Serra explicou ao JC, fora do ar, o que quis dizer. “Os dois conversam com as pessoas sem contradizer, o que faz com que todas saiam das conversas achando que são as tais” e que “os dois não gostam de acompanhar as coisas” (referindo-se aos programas de governo). Mas garantiu: “Eu sou especialista nos dois, e eles não são parecidos comigo, embora sejam meus amigos”.

“Quanto a Lula e FHC serem parecidos, são questões de natureza pessoal e psicológica, mas carinhosas porque ambos são meus amigos pessoais, independentemente das diferenças políticas. Estou mais perto de FHC porque ele é do meu partido, vejo menos o Lula porque ele é o presidente e de outro partido”, justificou.

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