terça-feira, 13 de julho de 2010

Serra começa a divulgar hoje itens de programa de governo

DEU EM O GLOBO

E volta a criticar Dilma dizendo que, com ele, "não há perigo de assinar sem ler"

Silvia Amorim

SÃO PAULO e BELO HORIZONTE. Após ter entregue à Justiça Eleitoral dois discursos em vez de um plano de governo, a campanha do presidenciável José Serra (PSDB) começa hoje a divulgar o documento de diretrizes do seu programa. O tucano apresentará diariamente trechos do texto no site da campanha. Agronegócio, gestão pública e pessoas com deficiência foram os temas escolhidos para abrir a série. Quanto ao último tema, o tucano prometeu a criação de um ministério.

No material, Serra faz um diagnóstico das áreas e fala de princípios que nortearão propostas - o programa propriamente dito, a ser divulgado em agosto. O documento faz críticas ao governo Lula e ressalta realizações de Serra na prefeitura de São Paulo e no governo paulista.

A coordenação do programa de governo tucano informou que deve levar 15 dias para publicar na internet as 67 páginas. O texto foi preparado para ser entregue semana passada ao TSE. Mas, na última hora, Serra voltou atrás e mandou só a cópia dos discursos da pré-convenção do PSDB, em abril, e da convenção nacional em Salvador, em junho.

A candidata do PT, Dilma Rousseff, protocolou um texto com propostas radicais, depois substituído por um menos polêmico. Ela disse que assinara sem ler a primeira versão. Ontem, no Twitter, Serra disse que, com ele, "não há perigo de assinar sem ler".

Serra esteve ontem na capital mineira, onde defendeu obras, de olho na Copa de 2014. Ele caminhou com o ex-governador Aécio Neves, candidato ao Senado, e o atual governador e candidato à reeleição Antonio Anastasia. Serra criticou Dilma por ter voltado atrás no programa:

- Não temos dupla cara. Uma hora é aliado do MST; noutra, é inimigo. Uma hora, defende o fim da liberdade de imprensa; noutra, prega a imprensa livre.

Preocupado com o fantasma de 2006, quando a direção do PSDB foi responsabilizada pela falta de infraestrutura nos estados na campanha presidencial, o comando de campanha de Serra decidiu reforçar a presença com comitês nacionais, especialmente onde o PSDB não tem candidato a governador.

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