terça-feira, 20 de julho de 2010

Disposição para enfrentar polêmicas

DEU EM O GLOBO

Vice-procuradora é defensora da Lei da Ficha Limpa

Carolina Brígido, Isabel Braga e Roberto Maltchik
BRASÍLIA. Disposta a enfrentar polêmicas, Sandra Cureau começou a ganhar projeção nacional quando desafiou os partidos políticos a ingressarem no Supremo Tribunal Federal (STF) com ações de inconstitucionalidade contra a Lei da Ficha Limpa. Disse, após a sanção da lei, que quem se dispusesse a tomar tal atitude enfrentaria um desgaste sem precedentes junto à sociedade.

- Vai bater de frente. Não que eu duvide, mas seria um péssimo negócio. Um partido que entrar contra a lei (na Justiça) entrará contra a sociedade.

Em junho, quando o TSE decidiu que a lei teria aplicação para as eleições deste ano, Sandra lembrou que o projeto nasceu da iniciativa popular:

- O projeto teve sua origem numa ideia de dar um basta a essas candidaturas de pessoas que não apresentam perfil para gerir recursos públicos, para representar a sociedade no Parlamento ou no Poder Executivo.

Sandra é engajada na causa ambiental, área na qual também já atuou no Ministério Público. Na internet, participa da campanha "Salve o Código Florestal". Seu gabinete é repleto de quadros de Organizações Não-Governamentais (ONGs) ambientais. Mas, nos sites de relacionamento, deixa claro que isso não implica nenhuma preferência política.

Sandra formou-se em Direito em 1970 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ingressou no Ministério Público em 1976. Trabalhou em Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Na capital gaúcha e na fluminense, atuou na área eleitoral. Em 1997, foi promovida vice-procuradora-geral da República.

Apesar da agenda cheia no Ministério Público, não é só o lado profissional que enche a vida da procuradora. Em páginas da internet, ela prefere falar de seus hábitos pessoais: conta que caminha, nada, pratica ioga, pedala, come sushi, sai com os amigos, viaja, dança e paparica os filhos e a neta. Gaúcha de Porto Alegre, Sandra tem um fraco pela música nordestina - gosta de Luiz Gonzaga e Geraldo Azevedo. Em um de seus sites, ela também cita um trecho de uma letra de Almir Sater, meio contraditório com o corre-corre da procuradora: "Ando devagar porque já tive pressa".

Do Rio Grande do Sul, guarda a paixão pelo Internacional - pendurou uma faixa do clube de futebol na porta do gabinete.

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