terça-feira, 1 de junho de 2010

Oposição quer que Planalto devolva R$ 3 milhões de viagens com Dilma

DEU EM O GLOBO

Partidos acionarão MP e TSE por ressarcimento de verba

Maria Lima

BRASÍLIA. O PPS e os demais partidos que apoiam o tucano José Serra devem acionar o Ministério Público Eleitoral e o Tribunal Superior Eleitoral para pedir a devolução, aos cofres públicos, de R$ 3.052.870,94 que o Planalto informou ter gastado com 26 viagens da ex-ministra Dilma Rousseff país afora. A oposição afirma que, embora fossem eventos oficiais de governo, as viagens foram usadas para promover a presidenciável petista.

Entre essas viagens está a caravana liderada pelo presidente Lula para levar Dilma a vistoriar as obras de transposição do Rio São Francisco, ano passado. Os gastos foram reconhecidos em documento da Casa Civil, assinado pela ministra Erenice Guerra, em resposta a requerimento de informações do deputado Raul Jungmann (PPS-PE).

As viagens que constam do levantamento da Casa Civil repassado ao deputado ocorreram entre 1ode setembro de 2009 e 19 de fevereiro de 2010, quando Dilma ainda era ministra.

Segundo o PPS, os gastos podem ultrapassar os R$ 3 milhões declarados, já que a Casa Civil revelou apenas os gastos com alimentação, diárias, hospedagens, serviços de telecomunicações, de apoio logístico e de locomoção de veículos terrestres. Não foram contabilizadas despesas com combustível das aeronaves, locação de veículos aéreos e custo estimado por convidado de cada evento.

A Casa Civil argumenta que essas informações são de responsabilidade de outros órgãos, como o Comando da Aeronáutica e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência.

Para Jungmann, fica evidente que as multas aplicadas pelo TSE não fazem justiça ao que teria sido utilizado irregularmente para promover a ministra como candidata.

— Esse documento de Erenice Guerra é a prova cabal da utilização da Presidência da República e da Casa Civil para a promoção indevida e ilegal, com dinheiro público, da candidataministra Dilma Rousseff. E esses R$ 3 milhões na verdade não são nem 10% do custo total dos gastos feitos — disse Jungmann.

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