quarta-feira, 26 de maio de 2010

Dilma teve que assumir discurso da oposição para escapar de saia justa na CNI, diz Freire

DEU NO PORTAL DO PPS

Valéria de Oliveira

Freire: É de se perguntar o que PT e aliados fizeram em 8 anos no governo.


O presidente do PPS, Roberto Freire, disse que a pré-candidata do governo, Dilma Roussef, teve de assumir um discurso de oposição para conseguir sair da saia justa que lhe impôs o diagnóstico elaborado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) sobre a situação do país. O documento foi apresentado antes da exposição do ex-governador José Serra e da senadora Marina Silva, além de Dilma, em encontro promovido pela entidade nesta terça-feira. "Foi um verdadeiro libelo contra a política econômica do governo Lula", afirmou Freire.

O ex-senador ironizou a declaração da ex-ministra de que a situação tributária do Brasil é caótica. "É de se perguntar o que (PT e seus aliados) fizeram, em oito anos no governo, para evitar que chegássemos a esse quadro. Será que é culpa de Fernando Henrique Cardoso? Ora, é preciso respeitar a inteligência da sociedade brasileira", protestou Freire. Para ele, à candidata só restou concordar com a oposição porque os empresários, diplomaticamente, afirmaram que o Brasil surfou numa onda internacional excelente, mas o governo não se preocupou em construir as bases para um crescimento maior e melhor para.

Investimentos

"O governo falhou totalmente nisso; não cuidou do estrangulamento da infraestrutura, não fez investimentos, por causa da burocracia, não foi capaz de atender à demanda por formação de mão-de-obra; foi omisso na área educacional, enfim, foi um desastre", disse Freire. Ao analisar dados da economia brasileira, alertou ele, é que se vê que o país começa a ter problemas nas contas externas, na balança comercial, "que ele está se deindustrializando, voltando a adotar um modelo primário-exportador". A "caótica" realidade tributária à qual se referiu Dilma Roussef é, na opinião de Freire, apenas mais um dos graves problemas nacionais.

Para reverter essa situação, disse Freire, é necessário um presidente como José Serra, que lidera uma força de oposição, e que tem coragem para "colocar o dedo na ferida e assumir que esse modelo vai ter que ser mudado". O país, diz Freire, precisa de uma política industrial, fazer poupança para ter condições de investir e gerar emprego e renda. O ex-senador salientou ainda que é urgente uma preocupação "em não lotear o aparelho estatal, em não ter gastos excessivos, suntuosos e em ter uma política de austeridade em vez do inchaço da máquina administrativa".

Esse novo Brasil, diz Freire, deve ter também desenvolvimento sustentável. "A presença de Serra no evento da CNI foi marcante; O que deu para perceber é que ele demonstrou aos empresários que assistiram o encontro que é o mais capaz, o mais competente e o que tem mais espírito público, portanto é o melhor para a Presidência do Brasil".

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