terça-feira, 25 de maio de 2010

De volta à pressão tucana

DEU NO ESTADO DE MINAS

Ex-governador Aécio Neves retorna de viagem e retoma as conversas sobre a sucessão em Minas. No plano nacional, deve ouvir mais apelos de aliados para que seja vice de José Serra

Isabella Souto

Os rumos do PSDB nas eleições de outubro começam a ser definidos hoje com o retorno do ex-governador Aécio Neves a Belo Horizonte. Ele se reúne pela manhã com seu sucessor e pré-candidato do partido à reeleição, Antonio Augusto Anastasia, quando será informado das últimas articulações no estado. O tucano ficará a par das reivindicações dos principais partidos aliados – DEM, PP, PTB, PPS e PDT – para a composição da chapa, que tem um número menor de vagas a oferecer: a de vice-governador, de senador e de suplente ao Senado. Também ouvirá de companheiros de partido novos apelos para que aceite ser o candidato a vice na chapa presidencial encabeçada pelo ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), como forma de tentar barrar o crescimento de sua principal adversária, Dilma Roussef (PT).

Em relação à sucessão do Palácio da Liberdade, Aécio será o protagonista nas articulações com os aliados. Especialmente em relação ao DEM, que já anunciou intervenção do diretório nacional na costura para a candidatura a vice-governador. Representantes do DEM alegam que sempre estiveram ao lado do PSDB e reivindicam a vaga para um dos parlamentares mineiros. O PP quer garantir a vaga para o presidente da Assembleia Legislativa, Alberto Pinto Coelho, enquanto o PDT indica o deputado estadual Zezé Perrela – que também poderia ficar na suplência para o Senado.

“O governador vai nos chamar para conversar sobre as questões de Minas. Haverão vários encontros para isso”, afirmou ontem o secretário-geral do PSDB nacional, deputado federal Rodrigo de Castro. A expectativa é de que apenas em junho sejam definidos os papéis de cada partido aliado, até porque qualquer decisão em Minas passará pela configuração da chapa de José Serra para o Palácio do Planalto. E também do futuro político de Aécio Neves, até agora pré-candidato a uma das duas cadeiras mineiras em disputa para o Senado.

A primeira aparição pública do ex-governador de Minas deverá ocorrer na quarta-feira à noite, quando participa da abertura da 14ª Conferência Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale). No dia seguinte, o tucano fará uma palestra sobre a importância do planejamento no desenvolvimento urbano. Foram convidados para o mesmo evento os três principais presidenciáveis, José Serra, Dilma Roussef (PT) e Marina Silva (PV), para falar sobre desenvolvimento urbano e os desafios das grandes cidades, projetos de infraestrutura e observância às leis ambientais – respectivamente. As assessorias dos pré-candidatos não confirmaram a presença no evento.

Na sexta-feira, Aécio e Anastasia visitam juntos Ipatinga, no Vale do Aço, onde participam de evento com o vereador Robson Gomes (PPS), candidato a prefeito nas eleições extemporâneas marcadas para domingo. Anteontem, Anastasia afirmou que não vai ceder às pressões dos aliados e que o nome de seu vice será escolhido por meio de um acordo entre as legendas. “É uma decisão que será feita por consenso no mês de junho”, afirmou.

Integrados. O governador Antonio Anastasia anunciou, ontem, que, na busca de votos para tentar a reeleição, vai fazer um trabalho integrado com o pré-candidato a presidente José Serra. "A nossa campanha será completamente integrada, para presidente e para governador", disse Anastasia, que faz uma nova peregrinação pelo interior do estado, a fim de se tornar mais conhecido e crescer nas pesquisas. Domingo, esteve em Patos de Minas. Ontem, depois de visitar Patrocínio, pela manhã, seguiu para o Norte de Minas, indo à pequena Patis. Hoje, cumpre agenda em Montes Claros e Januária. Mesmo ressaltando que descarta a hipótese de criar ou fomentar uma frente da chamada "Dilmasia", o governador admitiu que existem prefeitos e lideranças, integrantes da base do presidente Lula que apoiam a ex-ministra Dilma Roussef para a presidente e votam nele para o governo.

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