quarta-feira, 5 de maio de 2010

Às vésperas de anunciar a decisão, Jarbas elogia Serra

DEU NO JORNAL DO COMMERCIO (PE)

Antes de anunciar amanhã sua decisão, se disputa ou não o governo do Estado, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) conversa, hoje, em Brasília, com o senador Sérgio Guerra (PSDB), mais uma vez. Ontem, eles se reuniram, na sede do PSDB, para buscar o consenso sobre a composição da chapa majoritária das oposições. Quando saiu, Jarbas disse à Agência O Globo que não estaria animado para enfrentar as urnas, mas, ao mesmo tempo, reconheceu que essa é uma missão. “Se depender de mim, não sou candidato. Mas na política as coisas não são assim”, desabafou. Nos bastidores, comenta-se que a opinião do tucano não mudou. Teria desistido de vez de renovar o mandato e reeditar a chapa de 2002, como Jarbas pretendia.

Guerra prefere lançar sua pré-candidatura a deputado federal. Assim, poderá ser o coordenador-geral da campanha do presidenciável José Serra (PSDB). E participar ativamente da sucessão estadual.

Para motivar Jarbas, Serra disse que Pernambuco é uma prioridade. Por isso, precisa de um palanque no Estado. Jarbas revelou à Agência O Globo que está confiante com os rumos da pré-campanha de Serra. “Estamos assistindo a uma campanha sem erros. O PT não esperava por isso. Ele foi surpreendido pela postura impecável de Serra”, falou. Segundo Jarbas, “se o vento soprar muito para Serra”, a dissidência no PMDB vai aumentar – a legenda está no palanque da presidenciável Dilma Rousseff (PT).

Politicamente, Jarbas não conta com o apoio de nenhuma máquina pública forte. Os governos federal, estadual e do município do Recife estão ao lado do governador Eduardo Campos (PSB), que trabalha para ficar mais quatro anos no Palácio. Em função disso, financeiramente, não será fácil conseguir “estrutura” para enfrentar o atual chefe do Executivo estadual. No entanto, em 2006, Eduardo começou sua trajetória vitoriosa fazendo comícios em cima de um caixote e caminhando sozinho nas comunidades.

No caso de Jarbas aceitar a “missão”, resta saber quem vai substituir Guerra na majoritária. Um grupo defende que a vaga para o Senado permaneça com os tucanos. Outro, que o PSDB abra espaço para uma segunda legenda, já que o seu líder maior desistiu. O problema é encontrar alguém que tenha boa votação.

Guerra ainda precisa convencer Jarbas de que vai “segurar” os seus prefeitos. Muitos deles já desembarcaram no palanque de Eduardo. Tudo ainda está no campo das especulações. Até porque Jarbas, se for candidato, não vai anunciar amanhã a majoritária completa, como se previa. Com isso, teoricamente, a oposição tem tempo para encontrar uma alternativa.

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