quarta-feira, 7 de abril de 2010

Intelectuais, cultura e democracia::Coordenadores: Luiz Jorge Werneck Vianna (IUPERJ), Rubem Barboza Filho (UFJF)

Resumo:

O protagonismo assumido pela intelligentsia em diferentes momentos da história ocidental merece uma continuada reflexão. Ainda que o tradicional papel exercido pelos intelectuais no Ocidente seja hoje o objeto de uma crítica normativa, a presença relevante da intelectualidade continua a ser considerada um elemento fundamental numa sociedade democrática e reflexiva.
Com o intuito de explorar e compreender o território comum entre as temáticas dos intelectuais, da cultura e da democracia, este Seminário Temático se dedicará à discussão de aspectos teóricos e metodológicos relacionados à sociologia dos intelectuais e da cultura, à análise de suas produções artísticas ou acadêmicas, à discussão de seus espaços de sociabilidade e reflexão, bem como à relação que os intelectuais mantêm com a vida pública e com temas relacionados à construção da democracia nos mais variados contextos.

Ementa:

A compreensão da presença dos intelectuais e de sua atuação na vida pública tem sido alvo de diversos estudos nos últimos anos (Baumann, 1987; Carvalho, 2007; Habermas, 2009; Micelli, 2001). O protagonismo assumido pela intelligentsia em diferentes processos de modernização, seja na construção de uma agenda pública, seja na crítica dos resultados desses processos, justifica uma maior atenção ao seu papel na configuração da cultura e dos regimes políticos. Em especial no momento em que os modelos consagrados de organização política e democrática enfrentam sérios desafios, nascidos de profundos movimentos de mudança do mundo contemporâneo.
Nesse sentido, a capacidade de interpelar criticamente a sociedade a partir do posicionamento em questões cruciais para a vida pública, vocalizando demandas, construindo alternativas, ou mesmo endossando posições consolidadas pode, de certo modo, ser compreendida como elemento fundamental na formação dos arranjos democráticos. Ainda que o tradicional papel exercido pelos intelectuais no Ocidente seja hoje o objeto de uma crítica normativa – como no caso de Baumann, que para eles reclama tão somente a condição de “intérpretes” -, a presença relevante da intelectualidade continua a ser considerada um elemento fundamental numa sociedade democrática e reflexiva.

Com o intuito de explorar e compreender o território comum entre as temáticas dos intelectuais, da cultura e da democracia, este Seminário Temático se dedicará à discussão de aspectos teóricos e metodológicos relacionados à sociologia dos intelectuais e da cultura, à análise de suas produções artísticas ou acadêmicas, à discussão de seus espaços de sociabilidade e reflexão, bem como à relação que os intelectuais mantêm com a vida pública e com temas relacionados à construção da democracia nos mais variados contextos.
Esta proposta se origina a partir da constatação da inexistência, nos últimos anos, de um espaço na ANPOCS com o foco direcionado para a discussão entre as temáticas acima destacadas de maneira articulada. Este seminário nasce, portanto, com a vocação de reunir pesquisadores de variadas regiões do país, no sentido de constituir tanto uma agenda de pesquisas em torno das temáticas destacadas, quanto um direcionamento para pensar vínculos cada vez mais intensos entre a universidade e a vida associativa brasileira.

BAUMAN, Zygmunt. (1987), Legislators and interpreters. Cambridge: Polity Press.

CARVALHO, Maria Alice Rezende de. (2007), “Temas sobre a organização dos intelectuais no Brasil”. RBCS, vol. 22, pp. 17-31.

HABERMAS, Jürgen. (2009), “Espaço público e esfera pública política: raízes biográficas de dois motivos conceituais”. Rio de Janeiro: Lúmen Júris.

MICELI, Sergio. (2001), Intelectuais à brasileira. São Paulo: Companhia das Letras.

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