terça-feira, 20 de abril de 2010

Em Minas, Serra se compromete a tocar obras recomendadas por Aécio

DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

Sucessão. Compromisso com ampliação do metrô de Belo Horizonte e do Aeroporto de Confins foi firmado antes mesmo de receber das mãos do ex-governador mineiro documento com relação de políticas e investimentos federais reclamados pelo Estado

Eduardo Kattah e Christiane Samarco

BELO HORIZONTE. O que era para ser um ato simbólico se transformou num compromisso concreto do pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, com reivindicações históricas de Minas. Ao lado do ex-governador Aécio Neves, Serra fez questão de se comprometer, caso eleito, com demandas como a ampliação do metrô de Belo Horizonte e do Aeroporto de Confins.

O compromisso foi firmado por Serra antes mesmo de receber das mãos do ex-governador o documento Agenda de Minas - relação de obras e políticas federais reclamadas pelo Estado.

Logo na primeira agenda na capital, durante entrevista à Rádio Itatiaia, o tucano classificou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) como "uma lista de obras" e aproveitou para introduzir o assunto. Citou também a recuperação do Anel Rodoviário de Belo Horizonte - de responsabilidade do governo federal - e a duplicação da BR 381, no sentido Belo Horizonte-Vitória, até Governador Valadares.

"Tudo isso tem de ser feito. Se está no PAC, não está no PAC, foi anotado ou não foi anotado, o fato é que não se avançou para Minas se desenvolver mais. Minas tem a vocação, olha, vou falar aqui com todo o realismo, de ser o Estado mais desenvolvido do Brasil", disse. "Vamos ser realistas, a maior parte não foi feita. As obras a gente tem de definir, tocar e fazer acontecer."

Com críticas ao que considera investimentos insuficientes do governo federal, principalmente na área de logística e nas rodovias, Serra repetiu o compromisso no encontro com empresários na sede da Federação das Indústrias de Minas (Fiemg), onde classificou os gargalos no como "custo Minas". O tucano também destacou a necessidade de se agregar valor às exportações de commodities, principalmente o minério de ferro.

Em sintonia com Aécio, cobrou a revisão das alíquotas da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), espécie de royalties que as mineradoras pagam aos municípios, Estado e União pelo direito de explorar as riquezas minerais. Para Serra, Minas recebe uma "ninharia" de royalties pela exploração mineral.

Ao entregar o documento elaborado pelo PSDB mineiro, que enumera projetos e obras consideradas prioritárias no Estado para que constem da plataforma de governo do presidenciável, Aécio disse que ele deveria servir como uma "bússola". "Se o candidato não é de Minas, tem de ser o candidato dos anseios de Minas", resumiu Aécio ao Estado. "É esta a transição que tem que ser feita para a campanha deslanchar aqui."

Serra pediu que o ex-governador de Minas fizesse dedicatória no livreto. "Vou estudar esse documento azul e mais ainda: nos outros Estados eu vou dizer, porque vocês não fazem uma coisa igual a Minas", ressaltou.

Coro. O PSDB de Minas contabilizou a presença de pelo menos 200 prefeitos do Estado no encontro com líderes políticos, ponto alto da visita do pré-candidato tucano a Belo Horizonte. Exatos 45 dias depois de sofrer o constrangimento de ouvir o coro "Aécio presidente" durante a inauguração da Cidade Administrativa do governo mineiro, Serra voltou a participar de um ato público na capital. Desta vez, porém, na sua primeira viagem oficial como presidenciável tucano, foi recepcionado de forma calorosa.

Ao entrar no teatro do Sesiminas, acompanhado de Aécio e do candidato tucano ao governo do Estado, o atual governador Antonio Anastasia, teve seu nome gritado pelo público, que lotou o teatro. "Olê, olá, Serra, Serra...", cantou em coro parte da plateia. "Minas unida é coisa certa: Anastasia, Aécio, Serra", entoaram depois militantes do PPS.

Com capacidade para 646 lugares, o auditório ficou lotado e o cálculo dos organizadores era de que havia no local cerca de mil pessoas. No lado de fora do teatro, pelo menos seis carros com placas oficiais de prefeituras do interior de Minas estavam estacionados. Militantes com bandeiras chegaram ao local em ônibus fretados. Alguns disseram que foram arregimentados em troca de lanches.

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