segunda-feira, 8 de março de 2010

Tucanos querem ouvir Vaccari em CPI

DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

Deputado dá como certa a convocação do tesoureiro do PT por comissão que o PSDB deve abrir na Assembleia

Clarissa Oliveira, Fausto Macedo

Embalados pela decisão do Ministério Público Estadual (MPE) de pedir a quebra do sigilo bancário do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, líderes do PSDB se preparam para tirar do papel a proposta de criar uma comissão parlamentar de inquérito na Assembleia Legislativa paulista, para investigar a Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários).

O pedido de abertura da CPI já conta com as assinaturas necessárias e apenas aguarda na fila pela instalação. Ela integra, segundo o deputado estadual Bruno Covas (PSDB), o próximo bloco de cinco comissões que aguardam determinação do comando da Casa para serem instaladas. O deputado já dá como certa a convocação de Vaccari. "Ele terá de aparecer na CPI para prestar esclarecimentos."

Vaccari, que assumiu no mês passado a Secretaria de Finanças do PT, foi presidente da Bancoop. Autor do pedido de quebra de sigilo por gestão fraudulenta, o promotor José Carlos Blat suspeita que recursos da entidade foram desviados para abastecer campanhas eleitorais do PT.

Ontem, tucanos difundiam a avaliação de que o caso ajudará a pôr fim à "maré de sorte" do PT em São Paulo. "É um modo de proceder dos petistas que margeia a delinquência", acusou o deputado José Aníbal (PSDB-SP). Ex-secretário do governador José Serra (PSDB) e hoje membro do governo paulistano, Walter Feldmann emendou: "É preciso buscar esclarecimentos sobre este ato criminoso."

A cúpula petista, por sua vez, acusa a oposição e setores da mídia de alimentarem o caso para prejudicar a campanha presidencial da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Ontem, o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (SP), reforçou a tese. "As denúncias são falsas."

Blat respondeu às declarações dadas no dia anterior pelo ex-presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), para quem o promotor age a serviço de setores do Ministério Público alinhados a Serra. "Essas insinuações são as de sempre. Quando você investiga alguém do partido A você pertence ou tem ligações com o partido B, e vice-versa."

Colaborou Natália Gómez

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