quarta-feira, 31 de março de 2010

Gabeira hesita sobre apoio à candidatura de Maia ao Senado

DEU EM O VALOR ECONÔMICO

Paola de Moura, do Rio

Depois de quase sacramentada a aliança entre PV, DEM, PSDB e PPS, o candidato a governador na coligação, deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ), ameaça roer a corda. Gabeira disse ao Valor que ainda está estudando se vai apoiar a candidatura do ex-prefeito Cesar Maia (DEM) ao Senado.

Ancorado na última pesquisa do Instituto Vox Populi, encomendada pelo jornal carioca "O Dia" e divulgada na sexta-feira, que o mostra com 18%, contra 38% do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e 20% do ex-governador Anthony Garotinho (PR), Gabeira agora diz que seus eleitores têm um forte sentimento negativo em relação ao ex-prefeito. Em janeiro, para aceitar a candidatura a governador impôs a condição de ter uma coligação ampla, que daria mais tempo de televisão.

Gabeira disse, na segunda-feira, não gostar de comentar pesquisas, mas admitiu que "começar com 18% já é bastante animador". Isso sem fazer qualquer propaganda, ressaltou. "No momento, o espaço todo é do governador". Quanto à aliança com o DEM, Gabeira diz que vai conversar com mais políticos e partidários na Páscoa.

No meio da discussão, está o PSDB, grande interessado em dar palanque forte no Rio ao seu pré-candidato à Presidência, José Serra. O partido trabalha para que a aliança leve Gabeira ao segundo turno. No Rio, os candidatos mais bem posicionados nas pesquisas - Cabral e Garotinho - apoiam Dilma Rousseff, pré- candidata do PT.

O deputado estadual Luiz Paulo Correa da Rocha (PSDB) diz que, desde o início das conversas para a coligação, estava explícito que o PV daria o candidato a governador, o PSDB, o vice, o PPS, um senador e o DEM, o outro. "E alguns nomes já estavam fechados: Gabeira para governador e Maia para senador". Para vice, fala-se no diretor-presidente da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa), Márcio Fortes (PSDB), e para senador, no ex-deputado Marcelo Cerqueira (PPS).

O deputado lembra que, desde o início das negociações, houve a oposição do presidente do PV, Alfredo Sirkis. "Mas partido é assim, não é necessário que todos pensem o mesmo. É uma democracia, temos que fazer acordos e ver o que é melhor para todos", conclui. "A aliança tripla deu um excelente resultado na campanha para prefeito", lembra Correa da Rocha, referindo-se à eleição à Prefeitura do Rio, em 2008, quando Eduardo Paes (PMDB) venceu Gabeira por uma margem muito apertada: 50,83% dos votos válidos contra 49,17%.

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