domingo, 10 de janeiro de 2010

Vagner Gomes de Souza* :: Rio de Janeiro: plataforma do Reformismo

Não política para o Rio de Janeiro que não leve em consideração a relevância econômica de dois eventos esportivos para os próximos seis anos. A Copa do Mundo (2014) e os Jogos Olímpicos (2016) poderão representar um processo de crescimento econômico sustentável para a Capital, a Região Metropolitana/Baixada Fluminense e o Interior com vetores diferenciados.

A plataforma reformista não exclui os modelos de gestão do centro político. Deseja influir na radicalidade da atuação das correntes liberais. Essa é uma plataforma mínima para colaborar n debate político estadual. Não somos reféns dos cálculos eleitorais, mas “escravos” da prática do debate da política. Devemos admitir que os indicadores sociais melhoraram com a transição democrática e nas duas últimas décadas em particular.

O item educação teve avanços no na Educação Fundamental graças a participação das administrações municipais com recursos do atual FUNDEB, porém devemos melhorar ainda os indicadores do Ensino Médio. Nossa onda de crescimento sustentável necessitará de uma educação que prepare a sociedade para novas práticas do cotidiano democrático. A transformação no conjunto das classes sociais subalternas impõe um ensino que incorpore os valores da cidadania e da ecologia.

A saúde é muito questionada pela população uma vez que a população incorporou uma ampla clientela social com as conquistas do SUS. O modelo de gestão da saúde pública estadual deve ser repensado pela prática do controle do usuário como critério para o funcionamento das cooperativas. Não há condições de simplesmente romper contratos no primeiro momento, mas a validação dos mesmos deve estar condicionada a satisfação da população.

O mesmo critério deve ser pensado para os fornecedores do Governo Estadual para evitar a prática da influência política na celebração dos contratos com a iniciativa privada. A gestão dos recursos públicos deve ser fundada pela ampliação da transparência pública com a participação do controle da sociedade civil.

Portanto, uma nova abordagem da utilização do solo urbano seria muito importante para constar no programa reformista, pois as expectativas de crescimento econômico indicam uma maior demanda pela habitação. O momento é de pensar o espaço urbano como ambiente da prática da convivência entre os moradores. O modelo do FAVELA-BAIRRO seria um embrião desse novo olhar para as cidades. Esperemos que esses pontos e outros comecem a ocupar o espaço político estadual ao contrário da focalização de nomes.

[*] Militante do PPS em Campo Grande-Rio de Janeiro. Suplente do Conselho de Ética do Diretório Municipal do PPS-RJ. Mestre em Sociologia (UFRuralRJ).

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