quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Aliado de Serra no QG de Marina

DEU EM O GLOBO

Ex-secretário de tucano coordenará campanha presidencial de senadora

Gerson Camarotti

BRASÍLIA. Ex-secretário de Meio Ambiente do governo José Serra (PSDB-SP), o ex-deputado Eduardo Jorge integrará o núcleo de coordenação da campanha da senadora Marina Silva (PV-AC) à Presidência da República. O nome do ex-deputado, que foi secretário de Meio Ambiente do município de São Paulo, foi indicado pela própria senadora. A cúpula do PV reagiu ontem à especulação de que a candidatura de Marina se tornará uma espécie de linha auxiliar da candidatura de Serra à Presidência — alimentada pela escolha de Eduardo Jorge.

Filiado ao PV desde 2003, Eduardo Jorge foi fundador do PT. Deixou o partido depois de um histórico de atritos com a cúpula petista, chegando a ser suspenso da legenda por ter votado a favor da CPMF durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Antes, o ex-deputado já havia assumido a secretaria de Saúde das gestões de Luiza Erundina e Marta Suplicy, em São Paulo. Quando José Serra assumiu a prefeitura, em 2007, Eduardo Jorge foi nomeado secretário de Meio Ambiente, e no ano seguinte foi mantido no cargo pelo prefeito Gilberto Kassab, do DEM. O PV rebate o argumento de que o secretário seja um serrista.

— O Eduardo Jorge é do PV há muito tempo. Foi indicado para a prefeitura de São Paulo pelo partido. Ele não está infiltrado — ressaltou o presidente nacional do PV, o vereador José Luiz Penna, que integra a base do prefeito Kassab na Câmara de Vereadores de São Paulo.

Eduardo Jorge confirmou, por meio de sua assessoria, que foi convidado pela própria Marina para ser coordenador de sua campanha. O grupo de coordenação da pré-campanha de Marina Silva deve ser anunciado ainda em janeiro. O partido também está definindo a estratégia política.

O vereador Alfredo Sirkis (PV), do Rio de Janeiro, também cotado para integrar a coordenação de campanha, antecipa que a postura de Marina não será de antagonismo aos demais adversários na sucessão de 2010. Ele afirma que haverá uma relação respeitosa na campanha tanto com Serra como com a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Mas rebate as insinuações de que Marina seria uma linha auxiliar de serristas e reforça que não há possibilidade de ela ser vice numa chapa encabeçada pelo tucano.

— Não tem a menor possibilidade de a Marina ser vice do Serra.

Ela será candidata até o final — ressalta Sirkis.

Procurada pelo GLOBO, a assessoria de Marina informou que ela estava em viagem.

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