terça-feira, 10 de novembro de 2009

Lula busca saída para reduzir poderes do TCU

DEU NO JORNAL DO COMMERCIO (PE)

Presidente se reunirá com Michel Temer e o presidente do tribunal numa tentativa de enquadrar o órgão. Lula quer criar uma Câmara Técnica que decidiria se uma obra seria paralisada ou não

BRASÍLIA – Na tentativa de enquadrar o Tribunal de Contas da União (TCU), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva planeja fazer amanhã, em Brasília, uma reunião com o presidente da Corte, Ubiratan Aguiar, e com o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP). Lula planeja criar uma Câmara Técnica com a participação do TCU e do Poder Executivo para decidir se uma obra deve ou não ser paralisada quando houver suspeitas de irregularidades.

Nos últimos meses Lula tem aproveitado as cerimônias relativas a obras, principalmente do Programa de Aceleração do Crescimento, para dizer que os órgãos de fiscalização têm causado “enormes prejuízos” ao País ao suspender o repasse de verbas para os empreendimentos. Com a Câmara Técnica, sugerida pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, o governo entende que haveria um debate mais transparente que apontaria para soluções, evitando que uma obra suspeita de irregularidades ficasse simplesmente paralisada por até dois anos.

Ubiratan Aguiar disse ontem que foi sondado sobre a reunião por Michel Temer. Mas ele ainda não havia recebido um convite formal do presidente Lula para comparecer ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde funciona provisoriamente a sede do Executivo. Aguiar disse ainda que não sabe qual vai ser o conteúdo da reunião, se poderá levar outros ministros ou se terá de ir sozinho.

As reclamações do governo quanto à forma como agem os órgãos fiscalizadores atingem não só o TCU, mas também o Ministério Público e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Em relação aos dois primeiros, a ideia é constituir com eles a Câmara Técnica, a respeito do último, desde que Carlos Minc assumiu o Ministério do Meio Ambiente, em maio de 2008, foram feitos dois ajustes, chamados de “Destrava Ibama 1” e “Destrava Ibama 2”.

CAETANO

Uma semana depois de ter concedido uma polêmica entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, na qual se referiu ao presidente Lula como “analfabeto”, “cafona” e “grosseiro” – o que gerou inúmeras críticas de vários políticos –, o cantor e compositor baiano Caetano Veloso quebrou o silêncio. Ontem, divulgou carta expondo sua visão sobre o episódio. Teceu críticas à forma pela qual a imprensa noticiou a entrevista, bem como à leitura feita pelas pessoas.

“O que mais me impressiona é as pessoas reagirem diante da manchete do jornal, tal como ela foi armada para criar briga, sem sequer parecerem ter lido o trecho da entrevista de onde ela foi tirada. É um país de analfabetos? A intenção sensacionalista da edição tem êxito inconteste com os leitores. Pobres de nós”, diz a carta.

Na entrevista, Caetano anunciou sua preferência pela eventual candidatura da senadora Marina Silva (PV-AC), citando que “Marina é Lula e é Obama ao mesmo tempo”. “Ela é meio preta, é cabocla, é inteligente como o Obama, não é analfabeta como o Lula, que não sabe falar, é cafona falando, grosseiro”.

Na carta, Caetano disse, ainda, que Lula “mundialmente está reconhecido como alguém que chegou lá e foi além do esperado”.

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