domingo, 1 de novembro de 2009

Espera por Aécio leva PP a protelar apoio a Dilma

DEU NA FOLHA DE S. PAULO

Ambição de candidaturas próprias nos Estados também afasta sigla do PT

Partido quer adiar decisão sobre aliança nacional para o próximo ano; Dornelles, tio do governador de Minas, diz que "não tem pressa"


Ana Flor
Da Reportagem Local

Dificuldades regionais e a esperança do partido de ver o governador mineiro Aécio Neves (PSDB) candidato tucano à Presidência da República devem retardar até o próximo ano a decisão do PP de apoiar ou não a candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).

Na última semana, Dilma jantou com líderes do partido, fez elogios à atuação do ministro Márcio Fortes (Cidades), mas não ouviu da bancada a promessa de aliança. Segundo o presidente nacional, senador Francisco Dornelles (RJ), o partido "não tem pressa".

Dornelles, tio de Aécio, externa sua simpatia à candidatura do mineiro à Presidência. Apesar de elogiar Dilma, diz que o tratamento dado ao PP por Aécio é "excelente".

Além de Dornelles, o deputado federal Ciro Nogueira (PP-PI), que exerce forte influência na bancada federal da sigla, também trabalha pela candidatura Aécio e quer esperar uma definição do PSDB.

A aliança com o PT encontra ainda dificuldades em São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Estados onde as lideranças locais têm fortes ligações com o PSDB ou defendem candidaturas próprias do PP. Minas, em apoio a Aécio, lidera os discursos regionais por uma decisão tardia sobre a aliança nacional.

O principal nome do PP em São Paulo, deputado federal Paulo Maluf, não compareceu ao jantar com Dilma. Arquiteto da candidatura própria do PP no Estado, ele é simpático à ideia de os diretórios ficarem livres para costurar alianças.

Já no Rio Grande do Sul, onde o PP participa do governo tucano, as lideranças locais são simpáticas ao PT, mas há forte resistência da bancada federal.

Em Santa Catarina, um palanque conjunto parece inviável e a disputa é acirrada. A deputada federal Ângela Amim, provável nome do PP ao governo, aparece nas pesquisas como grande adversária da candidata governista, a senadora Ideli Salvati (PT-SC).

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