segunda-feira, 5 de outubro de 2009

'Retorno de Zelaya é inegociável'

Gilberto Scofield Jr.
DEU EM O GLOBO

WASHINGTON. O representante do Brasil na OEA, embaixador Ruy Casaes, integra a comitiva que vai a Tegucigalpa depois de amanhã a fim de desenhar o "mapa do caminho" para a volta de Manuel Zelaya ao poder.

Há grandes perspectivas para um acordo agora?

RUY CASAES: É perceptível isso porque os dois lados já admitem recuos, um cenário que não víamos antes. Nós nos encontraremos em Miami na terça-feira à noite e chegamos a Tegucigalpa na quarta-feira de manhã.

E em que termos será costurado um acordo?

CASAES: Já há representantes da OEA em Honduras costurando isso. O que nós consideramos inegociável é o retorno de Zelaya ao cargo de presidente. Se isso será feito com um governo de coalizão, se os dois lados serão totalmente anistiados, isso vamos tentar definir neste encontro de quarta-feira. O governo de Roberto Micheletti tomou decisões equivocadas que o forçaram a recuar e a enfrentar o descontentamento de seus próprios apoiadores. Já há quem admita que a expulsão pura e simples de Zelaya, sem um processo judicial contra o que eles pensavam ser um abuso do presidente, foi um erro.

O Brasil sai com a imagem arranhada deste episódio todo?

CASAES: O governo brasileiro deu apoio a Zelaya de forma racional, equilibrada e consistente. Não participou de sua volta, mas não poderia lhe negar abrigo, e Zelaya escolheu a embaixada brasileira até mesmo pelo prestígio brasileiro no continente e no mundo.

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