quinta-feira, 8 de outubro de 2009

PMDB acerta apoio a Dilma em 2010

Denise Madueño, Brasília
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

Partido espera que, já na próxima semana, Lula reúna o partido e a direção do PT para sacramentar pré-acordo

Distante oito meses da convenção partidária que vai definir oficialmente com quem o PMDB dividirá o palanque presidencial em 2010, a cúpula do partido decidiu formalizar já o apoio à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), na sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a indicação de um peemedebista para a vice-presidência da chapa. O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), vai conversar hoje com o presidente Lula informando o resultado do jantar dos dirigentes peemedebistas na noite de terça-feira, no qual setores do partido aprovaram por unanimidade o acordo.

O PMDB espera que, na próxima semana, Lula reúna o partido e a direção do PT para sacramentar o que vem sendo chamado de pré-compromisso. As duas siglas vão deixar claro que estarão juntas na disputa presidencial em 2010. O partido não apresentará o nome do vice agora, mas Temer é o cotado para o cargo. "O PMDB está pronto para sinalizar ao País inteiro que, coerentemente, estaremos juntos no palanque de Dilma", afirmou o líder peemedebista na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), organizador do jantar.

Assim que Lula apresentar publicamente o acordo, o PMDB vai buscar entendimentos nos Estados e os votos dos convencionais para garantir em junho, mês em que serão realizadas as convenções partidárias para as eleições de 2010, a aprovação da aliança nacional. "Com o pré-compromisso acertado, vamos nos dedicar, como aliados, a tentar resolver as questões nos Estados", disse o líder do partido

Ele considera que o pré-acordo vai acabar com inseguranças e inquietações no partido. "Vamos cessar as especulações e definir o rumo (do partido e da aliança)", continuou Alves. As dificuldades em alguns Estados provocaram uma inversão da estratégia da legenda. Anteriormente, o caminho era partir dos acordos regionais para concretizar o apoio para a Presidência. Agora, a tática foi consolidar a chapa para influenciar a movimentação nos Estados.

DISPUTAS

Peemedebistas que enfrentam problemas estaduais com os petistas estavam presentes e aceitaram a decisão do partido de aliança nacional com o PT e Dilma. Mas na avaliação da cúpula partidária, em alguns Estados será quase impossível fechar uma aliança dos dois partidos e a disputa será inevitável.

A preocupação do PMDB nesses locais é garantir tratamento igual do presidente Lula para os candidatos peemedebistas e petistas. Esse é o caso, por exemplo, da Bahia. O ministro de Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, expressou, durante o jantar, sua decisão irreversível de disputar o governo do Estado contra o governador Jaques Wagner (PT), que deseja a reeleição. Há problemas também no Pará, onde o deputado peemedebista Jader Barbalho pretende disputar com a governadora petista Ana Júlia Carepa.

Em Minas Gerais, o ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), e os petistas Fernando Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte, e Patrus Ananias, ministro de Desenvolvimento Social, querem ser o candidato ao governo. No Rio Grande do Sul, um acordo entre PMDB e o PT é considerado quase impossível. O ministro da Justiça, Tarso Genro (PT), se lançou candidato e o PMDB vai decidir entre José Fogaça e Germano Rigotto. No Mato Grosso do Sul, Zeca do PT declarou que vai disputar o cargo do governador, André Puccinelli, em busca da reeleição.

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