sábado, 10 de outubro de 2009

Disputa em 2010 não será entre Lula e FHC, diz Serra

Silvia Amorim
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

Tucano reagiu à declaração feita por Dilma, que disse ser inevitável comparar a gestão do presidente e de seu antecessor no ano que vem

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), reagiu ontem à declaração feita pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, sobre a inevitável comparação na eleição presidencial de 2010 do que fez pelo Brasil a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a de seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso.

"Uma certeza eu tenho com relação à disputa do ano que vem. É que não será entre o candidato Lula e o candidato Fernando Henrique", afirmou Serra. "Haverá outros candidatos e a população vai analisar. Não é o Lula que vai concorrer a uma reeleição", disse o tucano após visita à cidade de Ribeirão Pires, na Grande São Paulo, para anunciar obras viárias no total de R$ 11,5 milhões.

Pouco antes, pela manhã, Dilma disse na capital baiana que seria inevitável a polarização entre o PT e o PSDB na eleição presidencial de 2010 e que o governo Lula não iria fugir desse duelo.

Líder nas pesquisas de intenção de votos, Serra é o provável nome do PSDB à Presidência da República. Dilma é a pré-candidata do Planalto à sucessão. O governador evitou polemizar mais sobre o assunto e encerrou a entrevista dizendo apenas que não condenava as comparações, mas elas não deveriam ser entre Lula e FHC.

O duelo que Serra tem promovido com frequência em São Paulo é entre a sua gestão e a do governo federal. É raro um discurso do governador em cerimônias públicas que não tenha uma comparação entre projetos, gastos e investimentos das duas administrações. A forma, entretanto, é sempre muito sutil. Serra nunca menciona o nome do presidente Lula.

Anteontem, numa reunião com empresários, o tucano fez questão de dizer que o governo paulista tem uma boa parceria com o Tribunal de Contas da União (TCU). Nos últimos dias, o governo Lula tem enfrentado uma queda de braço com o órgão por causa de paralisação de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Em geral, nós não temos obras paradas. Isso é efeito da eficiência da gestão governamental. Nós resolvemos o problema do Rodoanel com o TCU, por exemplo, antecipadamente."

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