quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Para analistas, tendência agora é de mais nomes na corrida presidencial

Clarissa Oliveira e Julia Duailibi
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO


A entrada da senadora Marina Silva (sem partido-AC) na corrida presidencial cria as condições para "pluralizar" a disputa, abrindo a porta para que outros candidatos se arrisquem a concorrer à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dizem analistas. Apesar de pairarem dúvidas sobre o potencial eleitoral da senadora, a avaliação é de que ela empurra para a corrida nomes como o deputado Ciro Gomes (PSB-SP).

Além de Ciro, outros tendem a cogitar uma candidatura, avalia o professor da Universidade de Brasília (UnB) David Fleischer. É o caso do ex-governador do Rio Anthony Garotinho. "Não há dúvida de que a Marina abre a porta para uma disputa muito mais plural", afirma.

Isso joga por terra os planos do PT e do PSDB de travar uma eleição plebiscitária. Especialistas ainda evitam falar em terceira via, mas ressaltam que pesa a favor da senadora sua biografia. "É uma figura de origem humilde e carismática, como o presidente Lula", diz Fleischer.

A tese, porém, é de que levará um tempo até a população assimilar a nova candidatura. "É cedo para saber o que podemos esperar. Mas PT e PSDB vão ter de se redefinir", completa Aldo Fornazieri, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).

Apesar de especialistas avaliarem que Marina poderá tirar votos da ministra Dilma Rousseff, petistas não se dizem preocupados. "De todos os partidos, o que tem melhor condição de fazer o debate ambiental é o PT", afirmou o líder na Câmara, Cândido Vaccarezza, ao ressaltar a "parceria" com líderes do PV, como o deputado Zequinha Sarney, filho de José Sarney (PMDB-AP).

O ex-senador Roberto Freire, presidente do PPS, vê na saída de Marina uma "demonstração da metamorfose que o PT sofreu no governo". "Ela era uma militante histórica que se afastou, porque o governo do PT não teve o mínimo respeito com ela."

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