quarta-feira, 1 de julho de 2009

Itamar Franco diz que volta para a política com o ingresso no PPS e destaca 15 anos do Real

Valéria de Oliveira
DEU NO PORTAL DO PPS

Itamar: Lula jamais aceitou o Plano Real; hoje se beneficia dele.

"Eu estava na arquibancada; a partir do dia 6 (de julho), estou no banco de reservas", disse o ex-presidente Itamar Franco, ao comentar, em entrevista à Rádio CBN, sua filiação ao PPS (confira detalhes), partido presidido por aquele que foi líder de seu governo na Câmara dos Deputados, Roberto Freire. Mineiro, não adiantou quanto entra em campo para se candidatar pelo novo partido. Durante o programa, Itamar lembrou que o presidente Lula "jamais aceitou o Plano Real", cujo lançamento completa, neste dia 1º de julho, 15 anos. Ouça a entrevista.

Itamar Franco lembrou, na conversa com Heródoto Barbeiro, que assumiu a presidência da República com o país "com a autoestima destroçada", quando a inflação havia superado a marca de 50% ao mês. "E o mais grave, já esquecido hoje, que era (o desafia da) a manutenção do estado de direito". Muitos dos convidados para integrar o ministério, rememorou, recusaram o convite por não acreditar que a administração, que sucederia Fernnado Collor de Mello (derrubado do poder pelo impechment) duraria muito. A moeda do país, observou, havia perdido o seu valor de referência. "Esse era um problema complicadíssimo porque a moeda estável é a base de qualquer economia".

Dúvidas

O ex-presidente contou que o então ministro Rubens Ricupero, que sucedeu Fernando Henrique Cardoso na pasta da Fazenda, conversou com ele sobre as dúvidas em relação ao plano: o câmbio e o lançamento do Plano Real em meio a um processo eleitoral. "Eu disse ao ministro que resolvesse a parte técnica que eu cuidaria da parte política; foi um ponto que definiu que o plano seria lançado em 1º de julho, apesar dos percalços existentes"

Itamar Franco lembrou das duras críticas que sofreu do PT por causa do Plano Real. "Ele batia constantemente", diz, rindo. "O presidente Lula, na época deputado, jamais aceitou o Plano Real; hoje se beneficia dele, mas na época o PT, com raríssimas exceções, não aceitou o Plano Real". O discurso do combate ao plano, rememora Itamar, era o de que era mais um plano, de que era eleitoreiro, não daria certo.

Os opositores, entretanto, "não levaram em consideração que o plano não era estático, não se encerraria no momento de sua publicação; preconizava a reforma tributária e fiscal". Desde 1995, portanto, a necessidade das reformas é imperiosa. "Elas tinham como paradigma liberar o parque produtivo das amarras burocráticas". O que ocorreu, porém, é que se pensou mais na reeleição do que na continuidade do plano. Atualmente, diz o ex-presidente, o plano continua a ser a base da economia, "mas é preciso mais soluções, porque a conjuntura é outra".

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