quarta-feira, 6 de maio de 2009

Serristas trabalham por prévia restrita

Julia Duailibi
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

Colégio seria menor que o total de filiados e maior que o de delegados

A proposta do PSDB paulista para a realização das prévias que escolherão o candidato do partido na disputa pela Presidência da República em 2010 vai sugerir uma consulta a um colégio eleitoral mais restrito, ou seja, um meio-termo entre os filiados da legenda e os delegados aptos a votar na Convenção Nacional, em junho de 2010.

A sugestão será encaminha para a Executiva Nacional do PSDB na próxima terça-feira. "Nós preferimos que não haja prévias. Mas, se não houver consenso, vamos realizá-las. As prévias são uma saída para a falta de entendimento", declarou o presidente do PSDB paulista, deputado Mendes Thame.

A consulta interna será necessária caso o governador de Minas, Aécio Neves, mantenha o seu nome na disputa para a eleição presidencial. A avaliação mais comum no partido, no entanto, é que até 2010 o mineiro abrirá mão de sua candidatura em favor da do governador paulista, José Serra, mais bem colocado nas pesquisas de intenção de voto. Caso isso não ocorra, o partido deverá realizar a consulta em janeiro, data que agrada a paulistas e mineiros.

Desde o mês passado, o PSDB tem recolhido sugestões de parlamentares e de presidentes de diretórios estaduais a fim de montar a regra da consulta. O PSDB de Minas já enviou sua proposta que, diferentemente da paulista, prevê a consulta a todos os filiados tucanos.

"A consulta a todos filiados é a nossa primeira opção. Mas nós imaginamos que isso não vá prevalecer", disse o presidente do PSDB mineiro, Paulo Abi-Ackel, que aposta em um acordo com os paulistas para conseguir tirar as prévias do papel. "Consideramos a hipótese de nossa proposta não ser vitoriosa. O bom é que sejam realizadas prévias que legitimem o candidato à Presidência", disse.

Um dos principais empecilhos à consulta a um colégio mais amplo é o cadastro não atualizado dos filiados, que ultrapassa 1 milhão em todo o País. Há Estados em que a estrutura partidária funciona mal e o cadastro de filiados é pouco confiável. Uma das ideias em estudo é que a consulta seja estendida para além dos tucanos que tenham cargos eletivos, como deputados e vereadores.

Segundo Thame, caso não haja consenso, as prévias serão uma forma de ajudar que as derrotas do PSDB nas eleições de 2002 e 2006 não se repitam. "Poucos partidos exercem a democracia como o PSDB. Não há centralismos de pessoas, por isso as reivindicações são legítimas." A ideia de realizar prévias com colégio eleitoral não tão amplo encontra respaldo no vice-governador de São Paulo, Alberto Goldman, que é a favor do modelo híbrido, que use a convenção estadual como base.

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