quinta-feira, 28 de maio de 2009

PMDB vira noiva de novo

Bertha Maakaroun
DEU NO ESTADO DE MINAS

Governador Aécio Neves diz que o PSDB está bem mais próximo dos peemedebistas nos estados do que o PT. Por isso, segundo ele, tem mais chances de formar alianças

Um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestar aos seus interlocutores simpatia pela hipótese de o ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), vir a compor a chapa presidencial de Dilma Rousseff (PT), os tucanos reagem. O governador Aécio Neves (PSDB) disse ontem que o seu partido está muito mais próximo do PMDB nos estados do que os petistas. “Se analisarmos do ponto de vista regional, se fizermos uma contabilidade, há proximidade natural maior do PMDB com o PSDB em mais estados do que há essa harmonia com o PT”, afirmou.

Segundo o governador, por um equívoco da legislação eleitoral, não há mais verticalização das coligações, prevalecendo nas coligações acertos regionais, e não a lógica nacional, que neste momento faz do PMDB base de sustentação do governo Lula. “As alianças são livres nos estados, não precisam ter compatibilidade com aquilo que é feito em nível nacional. Vão prevalecer os interesses regionais e aí eu acho que o PSDB tem boas chances de apresentar alianças, além do Democratas e do PPS, que é o núcleo da nossa ação de governo, com o PMDB num número muito expressivo de estados”, acrescentou.

O PSDB deverá tentar ampliar o seu leque de aliados, fazendo investidas inclusive dentro da base aliada de Lula. Nesse sentido, o foco preferencial é o PMDB. “No que depender de mim, eu gostaria de ampliar as alianças que já temos formalizadas hoje para outros partidos que estão na base de sustentação do presidente Lula, mas que não necessariamente estarão apoiando uma candidatura do PT. Não necessariamente”, afirmou.

Em Minas, o PMDB tem conversado não apenas com o PT, ligado ao ministro do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, Patrus Ananias, como também com o PSDB de Aécio Neves. Hélio Costa, pré-candidato da legenda ao governo, se respalda em bom desempenho nas pesquisas eleitorais. Ao mesmo tempo em que Costa e Patrus, também pré-candidato ao Palácio da Liberdade, ensaiam um namoro público de declarações amistosas, simpáticas à tese da “união da base aliada” no estado, os peemedebistas mantêm interlocução com o governador mineiro.

“O que eu posso dizer é que o PSDB de Minas já iniciou também conversas com o PMDB. Eu próprio recebi na última semana o presidente regional do PMDB, deputado federal Fernando Diniz. Outras conversas entre dirigentes partidários ocorrerão”, afirmou o governador.

Para Aécio, o PSDB deve construir o seu programa para concorrer aos governos sem perder de vista a aproximação com os aliados. “Em Minas, temos conversado com aqueles partidos que estão na nossa base de sustentação, mas iniciamos conversas importantes também com o PMDB. O tempo é que vai tomar essas decisões”, considerou, acrescentando que pessoalmente não acredita em nenhuma decisão formal em torno de composição de chapas antes do fim deste ano.

Guerra fiscal

“A guerra fiscal não pode prevalecer.” O comentário foi feito ontem pelo governador Aécio Neves (PSDB) em relação à perda da unidade da Itambé de Minas para São Paulo. Salientando que Minas também tem atraído empresas de São Paulo, o que inclusive tem sido objeto de reclamação do governador paulista, José Serra (PSDB), Aécio considerou: “Hoje, o que prevalece é olho por olho e dente por dente. Isso não é bom para o país, isso não é racional do ponto de vista tributário”.

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