sábado, 23 de maio de 2009

Morre, aos 61, o músico Zé Rodrix

Carlos Calado
DEU NA FOLHA DE S. PAULO / Ilustrada

Cantor e multi-instrumentista, compositor da clássica "Casa no Campo", sofreu um infarto na madrugada de ontem

Consagrado nos anos 70, com gravação de Elis e com o trio Sá, Rodrix e Guarabyra, carioca foi associado ao rock rural, mas tinha viés urbano

Compositor e cantor, Zé Rodrix, 61, morreu ontem, à 0h45, após ser internado no Hospital das Clínicas, em São Paulo.

Segundo o Instituto Médico Legal, ele sofreu um infarto. Rodrix passou mal em casa e foi levado ao hospital.

Autor de canções como "Casa no Campo" (com Tavito) e "Soy Latino-Americano", o cantor e multi-instrumentista carioca foi ainda produtor, escritor, jornalista e publicitário.

No fim de 2008, Rodrix lançou, com os antigos parceiros Luiz Carlos Sá e Gutemberg Guarabyra, o CD "Amanhã". O reencontro do trio Sá, Rodrix e Guarabyra, dos anos 70, se deu no início desta década, quando eles lançaram o CD ao vivo "Outra Vez na Estrada" (2002) e voltaram a fazer shows.

Sempre associado ao rock rural (corrente que se confundia com o folk rock e tinha como expoente o trio Crosby, Stills & Nash), Rodrix era, na verdade, o músico mais urbano e roqueiro do trio com Sá e Guarabyra.

Após partir para a carreira-solo, Rodrix chegou a fazer shows e a gravar dois discos com a banda de rock Joelho de Porco, nos anos 80. Dela também fazia parte Tico Terpins, seu sócio no estúdio de gravação A Voz do Brasil, em São Paulo, onde se estabeleceu como requisitado autor de jingles e trilhas para publicidade.

Filho de um baiano mestre-de-banda, José Rodrigues Trindade (seu nome verdadeiro) nasceu no Rio. Em 1967, passou a integrar o grupo vocal Momento Quatro, que acompanhou a cantora Marília Medalha e Edu Lobo na apresentação de "Ponteio" (de Lobo e Capinan), canção vencedora do 3º Festival de MPB da TV Record.
Sua consagração como compositor veio com outro festival, em Juiz de Fora (MG), em 1971.

Vencedora da competição, sua canção "Casa no Campo" foi gravada por Elis Regina e se tornou sucesso em todo o país.

Em 1999, estreou como escritor com "Johaben: Diário de um Construtor do Templo" (Record), que revelou sua ligação com a maçonaria.

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