quarta-feira, 20 de maio de 2009

Doença causa apreensão no PT

DEU EM O GLOBO

Petistas temem que especulações enfraqueçam as chances de Dilma

SÃO PAULO e BRASÍLIA. Em declarações oficiais, a direção do PT diz que nada muda e que a ministra Dilma Rousseff continua sendo a candidata.

- Temos certeza de que em no máximo quatro meses ela estará prontinha para a campanha - diz o secretário nacional de Organização do PT, Paulo Frateschi.

Em conversas reservadas, porém, o PT admite que o ressurgimento da tese do terceiro mandato consecutivo para o presidente Lula é mais danoso para a candidatura de Dilma do que a doença.

- O que mais nos prejudica é a volta dessa história de terceiro mandato - diz Frateschi.

Para os petistas, a volta das especulações sobre um novo mandato de Lula passam à população a ideia de que nem o PT acredita na vitória de Dilma.

Embora Lula tenha dado respostas claras quanto à impossibilidade do terceiro mandato, o PT espera uma nova manifestação dele sobre o assunto para evitar que a oposição continue explorando o tema para fragilizar a pré-candidatura de Dilma.

Embora o assunto seja proibido no PT, as especulações sobre o plano B ganharam força ontem.

No Congresso, companheiros de Dilma no PT e na base se recusam a admitir um eventual afastamento, licença ou a desarticulação da candidatura. Alguns dizem que uma licença seria o mesmo que jogar uma pá de cal na candidatura. O que petistas e aliados defendem, agora, é uma redução na exaustiva agenda país afora. A surpresa foi maior e mais preocupante porque, no anúncio da doença, os médicos foram enfáticos ao afirmar que seria um tratamento preventivo, que não impediria a ministra de continuar suas atividades normais.

- A preocupação agora é que a ministra tenha uma agenda mais leve após a quimioterapia - disse a nova líder do governo no Congresso, senadora Ideli Salvatti (PT-SC).

Entre os aliados, especificamente no PMDB, a avaliação é que o governo está numa encruzilhada: se começar a pensar em plano B, acaba com a candidatura de Dilma. Mas, se não fizer nada, corre o risco de ver a base "debandar". Na opinião de um aliado, o governo antecipou o debate e agora está numa sinuca.

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