sábado, 2 de agosto de 2008

DEU NA FOLHA DE S. PAULO

TIROTEIO


“É SENSO COMUM TÍPICO DE QUEM NÃO CONHECE A LEI, FEITA PARA SEPARAR O JOIO DO TRIGO. O QUE A POLÍCIA FEDERAL QUER É GRAMPEAR ADVOGADOS E CLIENTES, O QUE ACABARIA COM A DEMOCRACIA”


(Do presidente da OAB Cezar Britto, criticando os que defendem veto de lula ao projetoque torna escritórios de advocacia invioláveis).
O QUE PENSA A MÍDIA
EDITORIAIS DOS PRINCIPAIS JORNAIS DO BRASIL

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DEU EM O GLOBO


DESCONSTRUINDO OBAMA
Merval Pereira


NOVA YORK. Com um novo vídeo, desta vez divulgado apenas na internet, em que explora de maneira sarcástica o endeusamento da figura do candidato democrata, comparando-o a Moisés e insinuando que o próprio Barack Obama se considera um iluminado, a campanha do republicano John McCain continuou ontem a tentativa de desconstrução de seu adversário, cuja liderança a cada dia vai se erodindo perigosamente. A diferença a favor do democrata está praticamente zerada, segundo as últimas pesquisas diárias. A campanha negativa parece estar tendo boa receptividade junto ao eleitorado, mas há quem tema no Partido Republicano que uma dose exagerada possa reverter contra McCain.

Do lado dos democratas, o maior temor é que se repita o que aconteceu em 1988 com o então candidato Dukakis, que chegou a ter uma dianteira de 17 pontos sobre Bush pai, acabou sendo derrotado, muito por causa de uma cerrada campanha negativa. Na verdade, tanto naquela eleição quanto agora, a economia tem papel de destaque no resultado.

Bush era o vice de Reagan e se aproveitou da melhora da situação econômica, enquanto hoje McCain carrega nos ombros as dificuldades econômicas do segundo governo de George W. Bush. De qualquer maneira, já entrou para a história das campanhas eleitorais americanas a propaganda sobre Willie Horton, um presidiário negro que, num fim de semana livre para visitar a família, estuprou e matou uma mulher branca.

O governador do estado de Massachusetts era Michael Dukakis, e a campanha de Bush pai aproveitou-se para explorar sua suposta leniência no combate ao crime, embora a lei que permitiu ao prisioneiro deixar a cadeia tenha sido aprovada anteriormente ao seu governo, e por um republicano.

Outro tristemente famoso filmete de propaganda eleitoral é o dos veteranos de guerra do Vietnã acusando o candidato democrata de 2004 John Kerry de não merecer as medalhas e honrarias por bravura. Como é praxe nas campanhas americanas, também um livro foi publicado com o título de "Unfit for Command" (Despreparado para Comandar), tendo ido para a lista de best-sellers.

Outros candidatos a presidente também foram alvos de campanhas difamatórias, como o próprio George W. Bush e Bill Clinton, mas os dois venceram suas respectivas eleições e foram reeleitos.

Um dos livros mais violentos contra o atual presidente Bush foi escrito por Molly Ivins, uma jornalista de esquerda do Texas, que, a começar pelo título, marcou o presidente com um apelido depreciativo: "Shrub", o mesmo que "Bush" em inglês, uma espécie de arbusto.

O livro "Shrub: The Short But Happy Political Life of George W. Bush" (A curta mas feliz vida política de George W. Bush) faz acusações pesadas contra o que a jornalista chama de negociatas e acordos políticos espúrios.

Com a subida de tom da atual campanha, é provável que surjam pelo caminho outras propagandas explorando a relação passada de Obama com o ex-pastor radical reverendo Jeremiah Wright, ou com William Ayers, professor de Chicago, que participou de um grupo terrorista nos anos 60 do século passado.

Esses e outros assuntos polêmicos, como a suposta educação muçulmana que teria tido na infância, fazem parte do livro "Um Caso contra Barack Obama, a improvável ascensão e a não examinada agenda do candidato favorito da mídia", de David Freddoso, um jornalista de direita da "National Review", que será lançado na próxima segunda-feira.

Por incrível que possa parecer, ainda existem 12% dos americanos que acreditam que o candidato democrata Barack Obama é muçulmano. Recente pesquisa do Pew Research Center revelou que essa desinformação não se limita aos que se opõem a Obama, havendo a mesma proporção entre democratas e republicanos que acreditam nela.

A diferença contra Obama é que entre os democratas que acreditam que Obama é muçulmano, apenas 62% dizem que votarão nele, uma diferença de 28 pontos percentuais em relação aos democratas que acreditam que Obama é cristão, o que ele de fato é.

Essa percepção está mais arraigada nos grotões dos Estados Unidos, e uma reportagem da CNN mostrou recentemente que mesmo com a informação correta esses americanos desconfiam que uma pessoa com o nome de Barack Hussein Obama seja um muçulmano.

Há quem acredite que por trás da campanha mais agressiva de McCain está Karl Rove, um conselheiro político tradicional do partido republicano que coordenou a assessoria política das campanhas de George W. Bush, sendo responsável pelas campanhas negativas de propaganda, e foi seu assessor na Casa Branca. Em seu blog, ele criticava a campanha de McCain, taxando-a de incompetente e insossa.

Mas a história do marketing político tem exemplos de campanhas propositivas que deram certo, e também de campanhas negativas que reverteram contra seus autores. Um exemplo bem-sucedido de campanha propositiva é um filmete considerado o caso mais conhecido da estratégia de reversão comunicacional: chama-se "Aburrido" (Aborrecido).

Feito pelo famoso marqueteiro americano Dick Morris para a campanha de De La Rúa à presidência da Argentina, em 2001, aproveitou características consideradas não populares do candidato, como sua rabugice e timidez, e transformou-as em trunfo eleitoral.

Um caso de campanha de "desconstrução" que deu errado é também de Morris em uma campanha presidencial no México. O filmete "Labestida" (a besta) procurava ressaltar a percepção generalizada de que o candidato do PRI, Francisco Labastida, era burro. Os estrategistas do PRI identificaram, através de pesquisas, que havia espaço para vitimizar o candidato atacado, e o eleitorado ficou do seu lado. Vicente Fox perdeu pontos com essa peça, embora tenha se recuperado e vencido as eleições.

Na coluna de ontem, onde está escrito "propaganda em que os democratas tratam Obama como uma celebridade sem condições de governar o país...", evidentemente deveria estar escrito "republicanos".

DEU EM O ESTADO DE S. PAULO


MOCINHOS BANDIDOS OU VICE-VERSA
Dora Kramer


Olhar os fatos à distância, sem a obrigação de formar sobre eles um juízo imediato, tem suas vantagens e desvantagens.

A vantagem é poder pensar com mais vagar. A desvantagem é que, ao pensar com mais vagar, nada parece fazer sentido. Os esforços da Justiça Eleitoral para restringir o acesso de gente “fichada” a cargos eletivos soam ingênuos diante da facilidade e eficiência com que os fora-da-lei impõem limites ao acesso a seus “currais” para fins de reserva de mercado eleitoral.

Se chamados de “bocas de voto” daria no mesmo.

Essa, porém, é a deformação mais recente, já vista sob a ótica da interpretação obrigatória. A anterior teve a Polícia Federal em seu papel mais espetacular desde a prisão da dona da Daslu, ao recolher o banqueiro Daniel Dantas, o especulador Naji Nahas e o ex-prefeito Celso Pitta aos costumes.

Até aí, nada de novo. Mais ou menos um mês antes a PF havia enquadrado numa operação no Rio de Janeiro o ex-governador Anthony Garotinho e levado o deputado e ex-chefe de Polícia Civil Álvaro Lins para uma (curta) experiência do lado menos nobre das delegacias.

Houve celebração, mas o ato não deixou seqüelas. Lins permanece deputado e o Rio - para ele - continua lindo visto dos bastidores da Assembléia Legislativa fluminense, literalmente paralisada ante o poder paralelo do ex-chefe da polícia.
Mas foi o barulho que se seguiu à prisão de Daniel Dantas o que proporcionou ao espectador temporariamente desengajado uma visão surreal do cenário.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, protestou contra os métodos da polícia, envolveu-se em bate-boca com juiz de primeira instância, se estranhou com o ministro da Justiça, mandou soltar Dantas duas vezes e, com isso, nas rodas de cidades como Rio, São Paulo e Belo Horizonte, foi posto no papel de vilão.

Nas duas semanas de julho em que o caso esteve em destaque no noticiário, era comum ouvir gente levantando pesadas suspeições a respeito do presidente do STF, como se fosse a encarnação do malfeitor universal e o tribunal um ambiente permeável a cooptações.

Ao chamado cidadão comum, e ao incomum também, com acesso ao manejo de algum meio de comunicação, não ocorreu que o presidente do Supremo não se exporia daquela maneira sem uma boa razão.
A ninguém pareceu lógico que a decisão estivesse baseada na interpretação da lei. Daniel Dantas saiu bem da história e o presidente do STF caiu na boca do povo.

As decisões avançadas tomadas pela Corte nos últimos tempos perderam a validade. O Supremo foi de mocinho a bandido com a mesma falta de cerimônia com que amanhã pode fazer o caminho inverso.

O episódio ilustra bem a confusão mental em que se encontra o Brasil. Como os escândalos são bem aceitos (qualquer dia serão obrigatórios), a qualificação de corrupto perdeu a gravidade.

Para acusados e acusadores.
Em tempos normais, a simples insinuação de que o STF pudesse condicionar suas decisões à melhor oferta abriria uma crise de ruptura a justificar até a dissolução do tribunal.

Mas agora não, fala-se qualquer coisa e dali a pouco as autoridades aparecem sorridentes numa fotografia e fica o dito pelo não dito.
Tudo desaparece, menos a sensação de que o País abriu mão do discernimento e se entregou ao tanto faz como tanto fez.

Cada qual


No primeiro debate entre os candidatos a prefeito, apresentado pela Bandeirantes, na quinta-feira, ninguém saiu um milímetro do figurino. Marta Suplicy comparou sua gestão com a atual e saiu-se bem no esforço para transmitir serenidade e controlar a tendência ao sarcasmo que, em outros tempos, a fez massacrar Paulo Maluf em debates e ganhar a eleição. Mas, depois do advento do “relaxa” e todo mundo sabe mais o quê, o terreno da galhofa tornou-se intransitável para ela.

Geraldo Alckmin fez o que sabe - invocou Mário Covas, ressaltou feitos no governo do Estado - e o que pôde: falou de futuro, na impossibilidade de criticar a gestão municipal presente, cujo titular é, em tese, um aliado.

Gilberto Kassab ateve-se à lista de realizações e, quando teve chance, deu um jeito de falar sobre uma parceria com o “governo federal”. Assim como quem não quer nada, muito menos briga com o Lula.

Paulo Maluf, o artista de sempre. Reapresentou suas credenciais de realizador, acrescidas do atributo da contenção financeira. Segundo ele, fez mais com menos dinheiro que os outros. A respeito da invencionice sobre um engenheiro (ele) estar muito mais apto que uma psicóloga (Marta) ou um anestesista (Alckmin) para administrar São Paulo, não deu para entender: se fez piada, faltou graça. Se falou sério, faltou lógica.

Ivan Valente, do PSOL, concorre para divulgar o partido e Soninha Francine é animada, espontânea e bem intencionada demais para prosperar na política na forma como é hoje exercida.

DEU NO JORNAL DO BRASIL


DILMA VOLTA AO PÓDIO
Villas-Bôas Correa


NO BALANÇO SUMÁRIO DA SEMANA POLÍTICA sem grandes lances, uma frase do presidente Lula, com a ênfase que soou como um brado retumbante em meio a jantar no Palácio de Ondina, ainda ecoa na frustração do PT e escorreu como mel pela garganta da ministra chefe da Casa Civil com a saudação ao entrar no salão: ­

- Vocês tratem muito bem a minha candidata!

A ministra Dilma Rousseff, reentronizada no pódio, abriu o sorriso no rosto austero e degustou o retorno à virtual oficialização como a candidata do presidente que manda no PT com autoridade para enquadrar os surtos de desobediência e certamente vai curtir por novo período, não se sabe se longo ou fugaz, a prenda mais cobiçada no jogo político.

Ministros e convidados que testemunharam a coroação da ministra comportaram-se com as cautelas da experiência no jogo da política.

E, afinal, há cartas no baralho para todas as combinações do pôquer. E cada qual sonha com a quadra de ases no lance definitivo.

O recado direto de Lula será interpretado de acordo com os interesses e ambições do dono da casa e da parentela que sempre adula o chefe que distribui favores e arranja emprego para todos os paladares na feira-livre das nomeações do governo de generosidade perdulária.

Lula montou a frase, palavra por palavra, com o cuidado do ourives ao polir a jóia com a pedra preciosa incrustada entre brilhantes. E esperou o momento certo para pronunciá-la, em reunião partidária ou nas raras convocações do gabinete de 37 ministros e secretárias que se apertam no salão nobre do Palácio do Planalto ­ em obras, para receber o sucessor, no distante 1° de janeiro de 2011.

Se for mesmo a ministra Dilma a coroada ao fim da caminhada, rosas e cravos enfeitarão o cenário. Mas a sua candidatura reanimada pela injeção de óleo canforado do presidente ajudará a arrumar a casa, pondo ordem na bagunça das ambições do segundo escalão e impondo uma pausa na troca de canelada entre a meia dúzia, talvez chegue ao dobro dos que se consideram no páreo, com todos os direitos da antiguidade na longa folha de serviços ao partido e ao seu proprietário. Respingos de denúncias na enxurrada dos escândalos que parecem não ter fim são como gotas de orvalho que secam aos primeiros raios de sol.

Inútil tentar arrolar nomes que vão e vem como ondas. E é justo que os petistas do primeiro escalão sonhem com a Presidência e, na hora do rateio, aceite conformado qualquer prêmio de consolação, como uma chefia de autarquia ou de gabinete de ministro. Ou de secretário.

Com aliados da penca de siglas as contas estão zeradas. O governo pagou à vista e com a prodigalidade de gerente do cofre da viúva o apoio da sopa de letras que garante a aprovação dos projetos do seu interesse na Câmara, mais dócil, no Senado com surtos de rebeldia.

Derrotas importantes, muito poucas. E quase todas recuperadas no segundo tempo.

A pausa na especulação precipitada sobre a escolha do candidato do governo para a sucessão de Lula foi travada com a pisada firme no freio. E deve fazer bem à mofina campanha para a eleição de prefeitos e vereadores daqui a dois meses, nas urnas do dia 5 de outubro.

Até agora, a campanha mais chinfrim. Parece faz-de-conta entre candidatos, que escondem partidos que lançaram nomes para o vale-tudo.

A maioria dos governadores se omite ou apóia o candidato da sua seleção. Tanto para prefeito como para o angu de caroço da eleição de vereadores. Até porque prefeito reeleito conta com maioria certa na Câmara Municipal.

Se servir de lenitivo para os desprezados, é bem mais pesada a carga de dificuldades da oposição. Lula e o PT estão com a ministra-candidata na escada do trono; a oposição pendurada nos resultados de uma eleição em que suas perspectivas estão longe de justificar o otimismo que espanta fantasmas.

O PT e seus aliados de cabresto receberam na bandeja uma candidata lançada. No puçá do PSDB, do DEM e legendas nanicas, muitos nomes ilustres, nenhum até agora com a marca de candidato natural.

É cedo para enxergar o amanhã. E mesmo o que se vê hoje é melhor esquecer.

DEU EM O GLOBO


TSE VAI DISCUTIR SITUAÇÃO DO RIO NA PRÓXIMA TERÇA


BRASÍLIA. A tentativa de milícias e traficantes de controlar o processo eleitoral em morros do Rio deverá ser discutida pelos sete ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em reunião administrativa na próxima terça-feira, disse ontem o presidente do tribunal, Carlos Ayres Britto. Ao abrir os trabalhos do segundo semestre, ele relatou aos colegas a intimidação a candidatos e jornalistas feita por traficantes da Vila Cruzeiro, no Rio, lembrando que isso motivou sua reunião com o ministro da Justiça, Tarso Genro, e com o presidente do TRE do Rio de Janeiro, Roberto Wider.

Britto voltou a tranqüilizar os eleitores da comunidade e afirmou que não passam de "bravata" de criminosos informações de que grupos fora-da-lei teriam acesso ao conteúdo da urna eletrônica, de forma a saber quem votou em quem.

- Trata-se de uma bravata perigosa, pois termina por impressionar pessoas menos avisadas - afirmou.

Britto lembrou que uma nova reunião com o ministro e o TRE está marcada para o dia 11, no Rio, mas disse que o assunto poderá ser discutido internamente no TSE, na sessão administrativa de terça-feira. Disse ainda que, até lá, vai coletar novos dados sobre o trabalho conjunto das polícias Militar, Civil e Federal nos morros do Rio.

Na sessão de ontem, ele pediu ainda a cooperação do ministro Joaquim Barbosa, também ministro do STF, em razão de seu profundo conhecimento da realidade do Estado do Rio.

Britto disse que, mesmo com tantos desafios, o TSE retoma os trabalhos com ânimo maior para gerenciar as eleições municipais de 5 de outubro. E falou da "feliz coincidência" do aniversário da Constituição de 1988 na mesma data.

- O destino resolveu presentear a Constituição, que trouxe para o Brasil a democracia direta e indireta mais aperfeiçoada, fazendo com que o primeiro domingo de outubro caísse no dia 5.

DEU NO JORNAL DO BRASIL

TSE DISCUTIRÁ COMO COMBATER AS MILÍCIAS

Preocupado com as ameaças de milícias e traficantes na campanha eleitoral do Rio de Janeiro, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Ayres Britto, disse, ontem, que retomará a discussão sobre o assunto no dia 5 – quando ocorre a primeira reunião administrativa do tribunal neste semestre. A idéia, segundo o ministro, é buscar uma alternativa que garanta aos eleitores a segurança necessária para que possam votar livremente com a certeza da preservação do sigilo de suas escolhas em outubro. "Segundo eles [milícias e traficantes], a urna eletrônica não ofereceria essa transparência que se faz necessária e que seria possível saber quem votou em quem", disse Ayres Britto.

DEU NO JORNAL DO BRASIL


CANDIDATO VERDE PANFLETA NO METRÔ


O candidato Fernando Gabeira (PV/PSDB/PPS) e seu vice, Luiz Paulo Corrêa da Rocha, fizeram panfletagem ontem em frente ao metrô de São Cristóvão, na Zona Norte. Gabeira falou de suas propostas para a rede metroviária da cidade, como expandir a linha 2. Outra proposta é a criação das linhas 4 (de Botafogo à Barra) e 6 (da Barra até Madureira e Penha). Gabeira almoçou com o reitor da Uerj, Nival de Almeida, e fez corpo-a-corpo na Taquara e na Freguesia.

DEU NO JORNAL DO BRASIL

FAVELIZAÇÃO EXPÕE VULNERABILIDADE, DIZ ALBA

Para a socióloga Alba Zaluar, não há dúvida: favelização é problema, não solução. Na opinião da especialista, o que para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é classificado como "sub-normal", deveria chamar-se "sub-legal".

– As pessoas estão muito vulneráveis, podem ser expulsas a qualquer momento – explica a socióloga. – Criou-se um mobiliário para traficantes e policiais corruptos, que, na verdade, são extensão dos grupos de extorsão e extermínio. Tem que haver solução para a ocupação do espaço a título de propriedade.

Dados do Censo Demográfico do IBGE, nos anos de 1960 e 2000, mostram que o crescimento populacional nas favelas do município foi superior ao do asfalto.


O número habitantes nas favelas era de 335.063, em 60, passou para 1.092.476, em 2000. Crescimento de 3,3%. A contagem de habitantes fora das favelas foi de 1.910.145, em 60, para 4.765.428 em 40 anos: variação de 2,5%.

– Com os espaços urbanos nas favelas cada vez mais povoados, os moradores perderam lugar para discussão – conta Alba.


Estudo do Instituto Pereira Passos (IPP) revelou o impacto do crescimento demográfico no território ocupado: a ampliação das favelas chegou a 1.435.877 metros quadrados, entre 1999 e 2004. Das 750 favelas, 356 (47,47%) tiveram crescimento de área; 351 (46,80%) não alteraram suas áreas; e 43 (5,73%) tiveram suas áreas reduzidas, segundo diz o IPP.